A vida se tornou muito áspera, pois as pessoas querem tudo para si. Tudo que recebem acumulam e não se satisfazem, sempre querem mais. Esqueceram que tudo na vida deve respeitar a lei do equilíbrio: é dando que se recebe. Muitos seres humanos permanecem indolentes e acomodados, apesar do muito que há por fazer para criar beleza à nossa volta e amenizar a aspereza resultante da falta de consideração e amor.
Assim, tudo está enrijecido, a desconfiança se acha incrustada em todas as atividades. Que progresso é esse que se estribou na produção de armamentos para fortalecer a economia?
Quando o mundo se debatia na miséria após a crise de 1929, os humanos fortaleceram a indústria bélica e se esqueceram da educação para a vida. Agora estamos novamente em crise e com a educação em nível mais baixo ainda.
As universidades produzem filósofos, teólogos, matemáticos e economistas, no entanto, nem os cientistas, nem os homens comuns conhecem a profundidade do significado da vida. Por isso ela se tornou muito complicada, com todas as atividades submetidas à burocracia, mas nem por isso menos áspera. Então, por todos os lados vemos força bruta colidindo com força bruta, sem amor, sem consideração. Seja nos Estados, nas organizações ou nas famílias, a agressividade fica na flor da pele, cada um se considera mais importante que o outro, o que é facilmente observável no comportamento brutal de muitos motoristas. É cada vez mais difícil encontrar a bondade que provêm do coração.
Ao invés de se tornarem as criaturas mais benfazejas do planeta como deveriam ser, os humanos se tornaram os grandes predadores da vida, espalhando lixo e miséria por onde colocam seu olhar cobiçoso.
É preciso dar para receber. Não se trata prioritariamente de coisas materiais. De que vale doar roupas e alimentos e por outro lado prosseguir explorando os mais fracos?
A mais forte dádiva é ter o querer puro, desejando ardentemente que todos alcancem crescimento pessoal e material com esforço próprio bem aplicado, para que possamos adentrar numa nova era com um foco construtivo e otimista em relação ao futuro, estabelecendo uma convivência com respeito e consideração a todas as criaturas.