O pós-guerra propiciou um período de bonança que se prolongou pelos anos 50 e 60. Na década de 70 teve início um período de desordem econômica. O sistema de emissão monetária sofreu profunda mudança pelo abandono do lastro em ouro. A garantia do dinheiro é a confiança nas moedas. Surgia a era dos câmbios flutuantes e dos derivativos financeiros que levaram o mercado financeiro ao delírio. A cobiça por dinheiro e poder se tornou dominante. Mas em 2008 a festa acabou com desvalorização dos ativos financeiros estimada em 50 trilhões de dólares. A economia mundial entrou em estado de choque. As perdas vão ser socializadas, o desemprego tende a aumentar.
Para se ter uma idéia, em 1980, com PIB mundial de 10 trilhões de dólares, os ativos financeiros estavam avaliados em 12 trilhões, vinte por cento a mais. Em 2006, para um PIB de 48 trilhões, os ativos financeiros somavam 170 trilhões, isto é três vezes mais. Em 2008, os ativos financeiros caíram para 120 trilhões para um PIB de 62 trilhões, ou seja, a metade com uma forte evaporação da riqueza.
O que isso pode significar? O PIB chegou a um nível perigoso em confronto com os recursos naturais disponíveis, quer dizer, a sua elevação não pode se dar nos moldes atuais, novas tecnologias devem entrar em ação para que se tenha mais eficiência e produção mais limpa que não agrida o meio ambiente. Por outro lado, com as atividades econômicas em ritmo mais lento, temos que observar como se comportarão os ativos financeiros.
Mas não poderemos continuar planejando em função apenas da manutenção da atividade econômica, é imprescindível olhar para o meio ambiente, não só no dia 22 de abril, instituído em 1970 pelo senador norte-americano Gaylord Nelson como o dia do Planeta Terra – a nossa casa.
O ar limpo, os rios, mares, e florestas não têm preço, eles representam a verdadeira riqueza de todos nós, que deve ser preservada prioritariamente. O Brasil, como país bem dotado de recursos naturais, deve dar o exemplo de respeito às leis naturais, para que não tenhamos no meio ambiente o mesmo nível de estrago que a ganância fez no mercado financeiro mundial.