Até quando vamos manter os lixões nas cidades? Há uma tentativa de prorrogar o prazo mais uma vez. Será que não dá para planejar de forma mais séria? Mais uma questão para envergonhar. Lixões, lixo nos rios, lixo pelas cidades. Governo, empresas, população, parece que não se envergonham mais da sujeira, permitindo que a questão vá rolando no descaso, enfeiando a cidade, poluindo os rios e mananciais, enfim fazendo das cidades uma pocilga indigna de seres humanos conscientes e responsáveis.
Ariovaldo Caodaglio, presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (Selur), vê com pesar a ideia de prorrogação do prazo. Ele observa que desde 2007 a lei geral de saneamento inclui os resíduos sólidos na gestão dos municípios, permitindo que eles recebam auxílio entes federais. "A lei de crimes ambientais permite que o Ministério Público possa enquadrar os prefeitos que descumprirem a lei, enquadrar o prefeito no que ele tem de mais caro - a elegibilidade".
Ele acha que tem de haver uma solução econômica para financiar a gestão de resíduos sólidos municipal e também mudar a mentalidade a respeito do lixo.
"O sistema tem um ranço paternalista. O cidadão tem de saber apenas que dia passa a coleta e deixar na porta. Se você perguntar para alguém em São Paulo se ele gera lixo, ele diz que não. Mas cada um de nós gera cerca de 1,1 kg de lixo por dia.".
"Temos de tratar de resíduos sólidos na educação ambiental. Incluir via movimentos sociais e nas grades curriculares", diz.
Fonte: Folha de São Paulo