As crianças nascem, recebem muitos cuidados nos primeiros meses de vida, e muitas delas são logo encaminhadas para creches e escolas infantis, porque seus pais precisam trabalhar. Mas o que aprendem as crianças?
Evidentemente, elas deveriam receber preparo para a vida. Tudo que lhes é ensinado deveria ter esse objetivo, sejam os contos de fada que favorecem a imaginação criativa, a leitura e as continhas, a música, as belezas encontradas nos jardins e hortas, a alegria dos pequenos animais, a grandeza da natureza.
Deveriam aprender sobre a origem da Terra e do ser humano, mas isso acabou se transformando em teoria religiosa cheia de dogmas dissociados da realidade natural perceptível por todos nós e estudada pelas ciências.
Deveriam aprender economia doméstica para saber como lidar com o dinheiro e ter discernimento na hora de fazer compras. O Brasil é muito rico em alimentos. Verduras, legumes, tubérculos, frutas carnes e cereais existem em grande quantidade, mas poucas pessoas aprenderam a se alimentar de forma adequada sem precisar gastar muito. A alimentação errada custa mais caro e não é saudável, favorecendo o surgimento de doenças. No entanto, as crianças são seduzidas para alimentos pouco saudáveis, para gastar o que tem e o que não tem em bens supérfluos, e não aprendem a fazer uma reserva de segurança e liberdade. Ou então as crianças se tornam presas fáceis da propaganda e os pais seus reféns, obrigando-se a aquisições inadequadas e acima de suas posses.
Fomos direcionados para a necessidade de consumir os bens disponíveis para venda como meio de obter a felicidade. Sem possuir ou consumir, muitas pessoas foram habituadas a crer que são infelizes por isso. O consumo deve ser orientado com bom senso e disciplina para não criarmos uma situação deficitária na casa. Os indivíduos precisam despertar para a essa percepção. As famílias precisam ficar conscientes de que a felicidade não está diretamente ligada à quantidade de bens consumidos. Eles podem nos ajudar, mas não são garantia da felicidade.
As famílias precisam conversar sobre suas necessidades e suas possibilidades. Não é recomendável gastar mais do que se ganha, é necessário poupar, fazer uma reserva para ter segurança e independência. É preciso definir o que se quer e como conseguir, ou seja, é necessário definir o que queremos da vida e planejar nosso futuro com bom senso e firmeza.
Estamos tomando consciência de que os norte-americanos foram direcionados para o consumo e para o uso do cartão de crédito sem limitações, assumindo compromissos elevados e que agora, com a crise, se encontram em situação difícil, pois muitos perderam o emprego e a ilusão de riqueza promovida pelas Bolsas de Valores. Desempregados ou com salários reduzidos não conseguem pagar as contas vencidas e a vencer.
A peregrinação pela vida não pode se transformar numa jornada de consumo. Ensinar tudo isso para as novas gerações é de fundamental importância para a própria sobrevivência, e para a conquista da paz e da felicidade.