No filme O Código Da Vinci (2006), baseado no livro de Dan Brown, foi criada uma fantasia inverossímil sobre o Santo Graal e seu significado, avidamente abocanhada pelo público, que não aproveita as oportunidades para examinar e analisar tudo o que lhe é apresentado. As noções sobre a existência do Graal são bem remotas. Os povos antigos que mantiveram a ligação com a Luz da Verdade tinham conhecimento do cálice depositário da chama vermelha que nutre e mantém tudo o que foi criado.
Em Inferno, filme dirigido por Ron Howard e também baseado no romance de mesmo nome de Dan Brown, há uma trama muito bem engendrada, que prende a atenção com vários enigmas que instigam a curiosidade. No fundo há as ameaças decorrentes da superpopulação e seu rápido crescimento, e a decadência progressiva da humanidade materialista, sem visão mais elevada. Como se resolve isso? Com a criação de cenários acomodatícios como fazia Sims (Irrfan Khan) e seu grupo? Com guerra? Terrorismo? Peste?
A Criação e a vida seguem leis invisíveis e inflexíveis. Com sua livre vontade a humanidade e os indivíduos traçam o seu destino produzindo as consequências, conhecida como lei da reciprocidade, ou em linguagem mais simples e natural, a colheita. Os humanos não alcançaram a esperada evolução espiritual e se acorrentaram à Terra. Bilhões de espíritos imaturos buscam uma nova encarnação. Buscar a Luz da Verdade levaria ao saber real, mas a humanidade é sofisticada demais para buscar a clareza na simplicidade e naturalidade. Então surge aquele grupo radical comandado pelo bilionário Bertrand Zobrist (Ben Foster) que considera a humanidade como a doença e o inferno como a cura. Ele quer pegar os fios do destino da humanidade com as próprias mãos, sem perceber o grande processo em andamento, e as coisas vão se encaminhando em ritmo de suspense e aventura, mas o que está em jogo é o destino da humanidade, que sempre vai se acomodando, empurrando os problemas como pode, sem querer compreender a real situação gerada por ela mesma, compreender as causas, assumir responsabilidade, encontrar a solução, preferindo deixar para o professro Robert Langdon (Tom Hanks) a solução dos problemas.