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O FUTURO É COISA SÉRIA

Benedicto Ismael C. Dutra
06/12/2009



O futuro é feito no presente. O que a população acredita é fundamental para o tipo de futuro que se constrói. No Brasil o futuro nem sempre foi considerado com a seriedade requerida. Assim acabamos virando motivo de chacotas.
 
"Todos conhecem a anedota de que o Brasil é o país do futuro e sempre o será. Ainda não vemos no Brasil o tipo de crescimento que vemos na Ásia. Eu acho que isto continua a ser uma esperança e não uma perspectiva certa", disse perante uma platéia de empresários na capital argentina, Buenos Aires, o prêmio Nobel da Economia de 2008, Paul Krugman. Ele não precisava exagerar tanto, taxando uma legítima esperança como sendo uma anedota. Independentemente disso, devemos ser sábios e prestar mais atenção naqueles que nos criticam do que naqueles que nos lisonjeiam, pois os que nos criticam muito poderão ajudar, fazendo-nos ver a situação de forma real.
 
Para Krugman, a China e a Índia despontam como economias em avanço, mas o Brasil nem tanto. De fato, a China em sua cultura milenar dispõe de fatores especiais como o bom preparo da mão de obra e a habilidade de seus dirigentes em não se deixarem envolver em teorias econômicas que não trazem benefícios para eles. Além disso, há a liderança autocrática que não permite contestações e a precariedade de sua população, que necessita enfrentar uma forte competição na luta pela sobrevivência num país superpopuloso e com limitação nos recursos naturais. No entanto, deve ser ressaltada a disciplina do povo chinês.
 
Os chineses têm usado de muito bom senso, não permitindo a valorização de sua moeda, o que lhes tem dado esmagadora vantagem cambial no comércio internacional. O grande volume de superávit na balança comercial tem sido investido em propriedades pelo mundo, além do elevado montante aplicado em títulos do tesouro americano. Assim, a China consegue criar e manter muitos empregos, porque os Estados Unidos e os demais países acharam bom consumir produtos baratos produzidos no exterior. Mas agora se percebe que os americanos foram habituados a consumir mais do que ganham, aumentando suas dívidas, e que a manutenção da valorização do dólar foi o principal fator que possibilitou a grande farra do consumismo das décadas passadas. Em meio à crise, os americanos estão sem empregos suficientes, com salários menores e com muitas prestações vencidas e a vencer. A grande máquina de consumo está danificada. Mesmo assim, os produtos da China continuam com preços atrativos. 
 
Se quisermos seriedade, temos que preparar e fortalecer uma geração de valor que se conscientize de nosso potencial para que realizemos um futuro com dignidade humana.



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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