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Um exemplo a seguir


17/11/2016



 Foi com imensa satisfação que recebi o e-mail do professor do ensino médio Edson da Cruz Maria, da Escola Estadual Gloria Aparecida Rosa Viana, sobre o trabalho que ele propôs aos seus alunos: refletir sobre um artigo de minha autoria. E mais contente ainda fiquei em receber o depoimento desses jovens, que no geral concordam com meu ponto de vista sobre o momento em que vivemos e a importância de tentarmos mudar esse triste panorama para que as gerações futuras possam novamente encontrar a paz e a felicidade, restaurando valores que se perderam como solidariedade, união, amor aos familiares e aos amigos, a valorização dos estudos e o respeito ao meio ambiente. 
 
Parabéns ao professor Edson pela iniciativa e aos alunos que participaram desse trabalho. É o tipo de projeto que gostaria de realizar em várias outras escolas como forma de contribuir para a formação das novas gerações e assegurar a todos um melhor futuro. 
 
 Abaixo o artigo que foi objeto do estudo e, no final, o depoimento na íntegra dos jovens.
 
Boa leitura!  
 
Benedicto Ismael Camargo Dutra
 
 
 

A BASE NATURAL DA PAZ E ALEGRIA
 
 
As famílias tinham união, todos juntos se ajudando, buscando o progresso e a felicidade. Nas empresas e organizações, as pessoas agiam em equipe na conquista das metas elevadas. Nas nações, as pessoas agiam como um grupo coeso, buscando a paz e o progresso, a melhora geral. Havia liberdade com responsabilidade. As coisas mudaram. Tudo está fragmentado. Cada um por si sem olhar para o sofrimento do outro. 
Esquecendo-se de sua essência, os humanos fizeram e desfizeram durante séculos, mantendo-se no controle de tudo; mas no século 20 as coisas desandaram e começaram a se evidenciar as consequências do descaso com a evolução. Alguns estudiosos não separavam a economia da evolução e bem-estar geral da humanidade, porém as bases eram frágeis e o humanismo foi sendo posto de lado. 
 
Aumenta a delinquência. Menores praticam furtos, atacam pessoas, enfrentam a polícia. Muito tempo já foi desperdiçado. Será que ainda dá para fazer alguma coisa pelas crianças geradas sem família, ou por famílias desestruturadas? As moradias são precárias. Os pais não estão aptos para educar, não honram a paternidade. Faltam creches e escolas. Crianças se formam na aspereza das ruas. Garotas são atacadas para abuso sexual.
 
O lamentável nisso tudo é a precária situação das novas gerações, desesperançadas, sem autoestima, sem consciência do próprio valor, e que se deixam influenciar por filmes e novelas de baixo nível; se acomodam, se entorpecem nas baladas, festas “rave” ou “pancadão”, decaindo como seres humanos, atirando na lama a imprescindível força sexual sem compreender a sua real finalidade, desvalorizando a vida. A tensão aumenta, a delinquência também, e tudo vai sendo empurrado para baixo, sem que sejam feitas pesquisas e implantadas soluções que possam minorar esse descalabro.
 
Vida é movimento. Parar é estagnar. Movimento de corpo e alma vivifica, renova. E como movimentar a alma, o espírito? Simplesmente dando espaço para o querer que vem do íntimo, e não o produzido pelo raciocínio. Desenvolver e fortalecer a força de vontade voltada para o bem é o movimento certo do ser humano que quer evoluir. E de onde vem o querer e a força de vontade? Conforme ensina a Mensagem do Graal, o querer real vem do eu interior, que desperto, se situa acima do tempo e do espaço, vem do espírito em sua eternidade. Ao cerebelo cabe a tarefa de fazer a ligação entre o eu interior e o córtex cerebral. 
 
O sonho da humanidade de melhor futuro está morrendo. A religião decai. As ideologias de direita e esquerda se opõem. Mais Estado ou menos? Mais serviços públicos ou menos interferência do Estado? Mais poder ao Estado com mais impostos e mais burocratas ou mais mercado? E a liberdade dos indivíduos para onde vai?
 
Apesar do embate, a vida está perdendo a naturalidade, as dificuldades aumentando, a felicidade diminuindo. Por que não se percebe a importância e o valor do atendimento das necessidades básicas de forma condigna, que vão se agravando com o aumento da população e sua pressão sobre o meio ambiente? Uma vida mais simples. Equilíbrio entre a riqueza produzida e a distribuída. Independência e autonomia dos povos com menos interferências de uns sobre os outros, todos perseguindo o ideal de melhora da humanidade e a sadia convivência com a natureza, bom preparo das novas gerações. São esses os elementos indispensáveis para assegurar a paz e o progresso.
 
Com a predominância do materialismo, a “financeirização” foi tomando conta de tudo, afastando a naturalidade e as metas geradas pelos sonhos da humanidade para a construção de um mundo melhor, e tudo passou a ser uma luta pelo poder, de final difícil de prever. Com a ascensão do dinheiro, o humanismo foi perdendo a base e o significado, a aspereza se tornou dominante, e o planeta Terra e sua população alcançaram o limite crítico. Agora todos devem buscar a base natural e real sobre a qual a humanidade deve construir uma nova forma de viver, possibilitando paz e progresso para a alegria dos seres humanos.

 
 
Depoimentos dos alunos do colégio E.E. Gloria Aparecida Rosa Viana
Turma do  Ensino Médio 3º B:
 
Alana Silva Brito:
“Podemos dizer que hoje cada um olha só para si próprio. As pessoas estão voltadas para aquisição de dinheiro e não a união familiar, como felicidade, as equipes não dão mais certo, porque todos só querem a “vitória” para si mesmo e por o dinheiro ser à base de tudo, no estado, nos pais e para as pessoas. Disso vêm os roubos, as crises, as situações de muitos jovens, porque o dinheiro não é voltado no governo para os moradores e sim para os vereadores, e por ser uma sociedade infeliz por se entender que a felicidade é ter dinheiro, caímos no mundo das drogas por não ter uma escola boa, uma sociedade que não entende, estamos na parte pior e o que há de ser o futuro se a humanidade de muitos. Entendo que o professor Benedicto que nos mostra que as pessoas das novas como das antigas também estão se levando por vaidade e gula, está morrendo o futuro para a gente como para as novas gerações. Sim é importante a natureza, a gente saber conviver e ser dar bem para ter paz para as novas gerações, para um futuro melhor, não ser mais tudo pelo poder e por dinheiro, onde vamos chegar. E agora todos tem que chegar em um raciocínio para formar uma base para se chegar em um futuro, um mundo justo, com humildade, com menos violência, menos jovens desistindo do futuro, esquecendo o verdadeiro sentido da felicidade, da paz e prazer da vida para ser feliz”.
 
Ester Geovanini
“Será que é possível ter palavras para esse texto? Não existe mais sociedade, pelo menos, não como conhecíamos antes! Não existe mais famílias, amigos ou uma equipe, todos “hoje em dia” procuram suas próprias necessidades. Quem é o próximo? Não existe! Quem é o pai ou a mãe? Aqueles que me sustentaram ou talvez nem isso. Quem são meus amigos? Hum, bom, para quê me serve? Trabalho em equipe? Hum, acho melhor não, pode me prejudicar. Vivemos em sociedade, mas não somos uma! Do século 20 até o 21, fomos influenciados a gostar da solidão, a apreciar momentos a SOS ao invés de estarmos com os amigos, familiares. Não que isso seja ruim, aprender a gostar da própria companhia é essencial, mas nunca trocá-la por companhia de alguém.
Ninguém é feliz sozinho, ninguém se esquenta sozinho ninguém trabalha sozinho, ninguém se levanta sozinho, ninguém se sente seguro sozinho. O Criador sabia muito bem quando fez duas pessoas. O futuro está morrendo, o que vai acontecer com esse mundo se todos forem educados por essa geração? Imagine, se todos no século 22 tiverem o mesmo pensamento das crianças do século 21? Não existe mais naturalidade, felicidade? O que é mesmo? Já sei o tanto de curtidas que tenho em 1 foto, as roupas da moda, talvez seja o iphone g5, ou talvez seja a minha alta situação financeira. Por fim, não existe mais uma vida simples e equilibrada. Preocupação com meio ambiente? Quem sabe no próximo mês, ou talvez daqui a 10 anos, não neste século. A vida foi”.
 
Evanilson Garcia Pessoa
“O texto abordado em questão conta a triste decadência em que a sociedade chegou, pois antigamente todos se ajudavam para crescer e evoluir vivendo alegremente e em harmonia, porém com o passar dos tempos a sociedade se tornou gananciosa, não se importando com o valor do outro e buscando crescer cada vez mais sem medir as consequências”.

Francielle Rocha de Jesus
“O que o texto quer abordar é que antigamente os homens viviam em paz e harmonia, mas com o decorrer do tempo isso mudou, porque hoje eles querem crescer em cima dos outros, e essa evolução não é boa, porque não adianta nada você ter uma conquista sem ter lutado para conseguir e sim ter levado o mérito de outra pessoa. Uma frase do texto que diz exatamente o que passamos hoje: A vida está perdendo a naturalidade, as dificuldades aumentando e a felicidade diminuindo”.
 
Jeniffer Costa Amaral Lima
“Realmente as coisas mudaram; hoje em dia a união entre uma família não existe mais, a responsabilidade que um dia já existiu não tem mais, assim como a liberdade das pessoas também mudou, as pessoas matam, roubam sem pensar no próximo. Fora as nossas crianças que hoje em dia não têm mais infância cresce no mundão perdido, usam drogas, deixam a escola de lado e não pensam em um amanhã, e os políticos aqueles que dizem cuidar do nosso país não se importam com o que vem acontecendo com a saúde, educação, com os mais pobres que precisam de ajuda, a humanidade das pessoas é uma tristeza só e ninguém faz nada para mudar. Eu concordo com o professor Benedicto”.

Jorge Luiz
“Após observar o texto, vi que a desvalorização dos valores e o desprezo da harmonia familiar por parte da nova geração que cada vez mais sem autoestima. Por força de más influências se afundam como se fosse o certo a fazer cegos pelo materialismo. Nosso raciocínio de acordo com o texto dever ser um instrumento positivo para expandirmos nosso equilíbrio e a nossa dignidade para podermos melhorar nossa vida e nossa convivência, usando os maus exemplos que vemos para nos disciplinar individualmente”.

Jose Carlos Pereira da Silva
“Na época que estamos é bem diferente de outras épocas passadas; no passado podia se ver coisas que é difícil vermos agora porém as pessoas não se importam em mudar isso não há aquele respeito ao próximo como antes e isso é que podemos mudar mas as pessoas não se importam com esse fato é preciso obedecer mais sua família seus pais principalmente, respeito e obediência também para vivermos em um lugar melhor e também é dever dos pais saberem educar melhor seus filhos talvez seja um pouco culpa da mídia que pode influenciar os jovens até os adultos e isso para prejudicar e não para melhorar a convivência em sociedade e família também”.
 
Luana Santos de Melo
“O texto abordado cita a evolução da humanidade, mas a evolução para pior, pois antes tudo que era para ser feito as pessoas faziam juntas, um querendo ver o outro crescer, um querendo ver o sucesso do outro. Mas nos dias atuais não vemos mais isso as pessoas querem ver a derrota do outro para se sentir melhor, como se fosse um prazer ver a derrota do outro. Travam diálogos sobre um país melhor, com mais igualdade, mas quando chega a hora de ajudar quem precisa esquece os valores, e quando mais puderem fazer para que os outros afundem, fazem”.

Luan Pereira Pinheiro
“No texto “A base natural da paz e da alegria” de Benedicto, podemos notar que é um texto mais aberto que fala da realidade vivida pelas pessoas em nosso país. Podemos ver que em um trecho ele fala ‘crianças se formam na aspereza das ruas’. Mais isso só existe por causa do governo que nós mesmos escolhemos. O texto também fala sobre a harmonia que as pessoas tinham e cada dia que se passa isso está se acabando, as famílias cada vez mais estão se afastando socialmente não vemos mais uma família se sentar a mesa para jantar ou almoçar juntas, mesmo quando isso acontece às pessoas estão a ficar no celular e não tem harmonia em família”. 

Miquéias Gabriel R. Santos
“Então as coisas vêm sendo mudadas por conta da tecnologia, só que se uma pessoa não tiver mentalidade suficiente para saber que a parte material não dura para sempre, mas o que ela planta a respeito da felicidade é que é permanente. Pessoas que se importa com os outros vêm acabando mesmo, e vem apenas se importando com si próprias, mal sabendo que na vida tanto financeira quanto espiritual, devemos ter uma pessoa que ande sempre com a gente por que um dia precisaremos. Sim é possível fazer algo, para famílias desestruturadas, é apenas pensar no próximo sabendo respeitar opiniões, ser criativo, ter companheirismo e tudo irá dar certo”.
 
Weslley Felipe dos Santos
“O texto fala sobre dois tempos, o primeiro tempo ele conta como era a humanidade dizendo com ela era boa e perfeita, todos se ajudando e não se importando com o lucro e sim com o trabalho em equipe e o bem do ser humano sem precisar matar o outro, parece até um sonho.
O outro tempo ele resume as pessoas de hoje em dia, que para o seu bem mata até o irmão, para ter lucro não liga com o sofrimento dos outros. Assim entendi que a sociedade está na ruína para pior, que ninguém mais se importa com a educação, saúde e moradia da população, se importando com o lucro e aumentando a criminalidade com menores de idade. Adolescentes confusos sem saber o seu valor e ficam acostumados na zona de conforto e caindo como seres humanos. É estamos mesmo em má situação, e sem saber o que fazer, sem investimento do governo nunca teremos um país ou um mundo melhor. A única coisa a fazer é sentar e comer um prato de arroz, feijão e ovo”.
 



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