
No deserto atual de filmes com atratividade, Jack Reacher (Tom Cruise) figura como um personagem carismático que encarna os anseios das pessoas por justiça. No primeiro da série,
O Último Tiro, baseado nas histórias dos livros escritos por Lee Child, foi divulgada a informação de que seria um único filme. Na oportunidade eu disse que uma continuação seria bem apreciada, pois o personagem agradava ao público por seu comportamento severo, intuitivo e proativo, além do enredo recheado de nuances de suspense.
O apagão mental vai tomando conta das pessoas, mas Reacher se mostra atento, com boa conexão com o eu interior que o capacita a analisar intuitivamente a situação em que se encontra com clareza. Apesar da rudeza e reduzida sociabilidade, trata-se de um personagem humano, que ajuda as pessoas com boas recomendações, pois é profundo conhecedor da natureza humana e sabe do que o homem mal-intencionado é capaz. Assim, no primeiro filme, mesmo a contragosto, ele busca a verdade sobre os assassinatos atribuídos a um veterano atirador de elite do exército americano. Com muito desembaraço, sem se ater às filigranas burocráticas, vai tecendo a sequência lógica para elucidar as questões enigmáticas.
No segundo filme, Reacher agrada e prende a atenção, mas a história é mais fraca com poucos lances de suspense e reviravolta; mesmo assim, diferentemente da maioria dos filmes, apresenta algum conteúdo para reflexão sobre o mundo em que vivemos, em que dinheiro e poder se tornaram as motivações básicas, e as pessoas agem como se fossem donas do planeta. O ser humano criou leis e normas de vida com a sua vontade egocêntrica e restrita, desprezando as leis da Criação que regem a vida e que propiciam o progresso e o desenvolvimento de forma equilibrada, por representarem a Vontade do Criador. Dizem: seja feita a Vossa vontade, mas na prática desejam que seja feita apenas a própria vontade mesquinha, gerando tensões e conflitos.