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A geração Z está chegando

Gustavo Medeiros Oliveira
16/01/2017



 No nosso momento em que os distantes se tornam próximos e os próximos distantes não podemos negar essa mudança social. A ocidentalização do mundo e a sua influência em tornar todos semelhantes acaba por modificar bases que por milênios eram dogmas. A tradição perde espaço e, como resultado dessa mudança, temos uma geração cada vez mais distante de seus antepassados, ou até mesmo esquecida de suas origens e mais próxima de seu atual meio e modo de viver. 
 
Até parece que a tecnologia assume ou ocupa lugares. Um exemplo claro é o chamado cyberespaço que há cem anos era inimaginável. O celular é outro ocupador de lugares, há uns oito anos eu nem imaginaria que ele iria adquirir tanto espaço, o que hoje é um fato. A substituição de espaços é claramente presente. Basta navegarmos via on-line para nos inserirmos em uma determinada cultura através de algum sistema de comunicação virtual. Como isso? Graças às inovações advindas do chamado mundo “pós-moderno”, tecnologias produzidas em larga escala e que cada dia nos surpreendem com novidades. E a lei é clara, para haver produção é exigido consumo e nós como grandes consumidores que somos, nos detemos a adquirir esses aparelhos de mil e uma utilidades que às vezes nem sabemos ao certo todos os seus recursos. 
 
A cada breve espaço de tempo o longe ser torna cada vez mais perto por quê? Vejamos: 
 
No início do século passado (Séc. XX) eram poucos os meios de comunicação podendo assim destacar como um dos meios mais eficazes a carta, quando essa não se extraviava. Após a Segunda Guerra Mundial houve uma explosão tecnológica que revolucionou ao que diz respeito à comunicação. Comparado em relação ao início do século em que os indivíduos só possuíam a carta, pode-se dizer que indivíduos que estavam distantes passaram a se aproximar mais graças a aparelhos como a Televisão, Rádio e seus descendentes. As informações tornaram-se mais próximas. De 1990 para cá, aí sim, que o salto passou a ser bastante significativo, principalmente em meados de 2000. 
 
Temos, assim, a partir da década de 1990 o nascimento da Geração Z que vem inserida no mundo tecnológico, com um novo modo de vida e rodeada de uma carga imensa de possibilidades de consumo. A tecnologia acaba possibilitando que esses jovens se tornem multitarefeiros e a partir daí temos outro fato: o tempo do homem contemporâneo passa muito mais rápido se comparado ao cotidiano de um homem da Idade Média. Portanto, temos jovens plugados em fios, vazios tradicionalmente falando e uma incógnita quando o assunto diz respeito ao futuro. O que nos resta é esperarmos para sabermos quais serão a significativas mudanças que ocorrerão na sociedade em sentido global.
 
REFERÊNCIAS
 
BAUMANN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro, Zahar Editor, 2001.
HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. São Paulo, Editora Paz e Terra, 2004.
HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos: O breve século XX: 1914-1991. Trad.
JOHNSON, Allan G. Dicionário de sociologia: guia prático da linguagem sociológica. Tradução: Ruy Jungmann; consultoria, Renato Lessa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Ed., 1997.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo; 34, 1999.
MORIN, Edgar. O método 5: a humanidade da humanidade. Trad. Juremir Machado da Silva. Porto Alegre: Sulina, 2003.
SOCIOLOGIA da Juventude, I. Da Europa de Marx à América Latina de Hoje. Zahar Editores.
TAPSCOTT, Don. Geração Digital ? crescente e irreversível ascensão da Geração Net. (tradução de Ruth Gabriela Bahr). São Paulo: Makron Books, 1999. 
 



Graduado em Sociologia e Filosofia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí) e pós-graduado em Metodologia pelo Centro Universitário Franciscano (Unifra/RS).
Comentários:


B. Dutra comentou em 17/01/2017 - 10:01:15

A cultura existente contém muitas falhas e bases frágeis, gerando uma ruptura, fragmentando tudo, e nada está sendo colocado no lugar. Quanto mais surgem avanços na tecnologia, mais o ser humano se afasta do "eu interior" que gera as individualidades, ficando todos muito parecidos, sem foco, levando vida vazia sem propósitos.
Os jovens questionam tudo, mas também deveriam estar questionando:
O que estamos fazendo neste planeta?
Qual o significado da vida?
De onde viemos? Para onde vamos?
O que é a Criação?


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