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Como reconstruir o Brasil

Benedicto Ismael C. Dutra
07/11/2017



A desconstrução do Brasil começou com o descuido no preparo das novas gerações e na aceitação da corrupção endêmica. E como regredimos! As famílias constituídas por imigrantes europeus tinham mais consistência do que as brasileiras da atualidade que desaprenderam a letra do Hino Nacional e as cores da bandeira. A partir dos anos 1970 experimentamos um declínio continuado que exigirá muitas décadas para a recuperação, desde que haja vontade forte de construir um país decente e humano.

A economia é formada por um conjunto de fatores. Há quase 40 anos o Brasil entrou na espiral reversa que gira para baixo pagando dívidas, cedendo espaço aos corruptos, e essa prática vem se mantendo até hoje. Decaímos na educação, na atuação do governo, no relaxamento das contas internas e externas. Enquanto nossa produção industrial estagnava e encolhia, a dos outros países ganhava com a economia de escala e se aproveitava da política adotada no Brasil de combate à inflação com valorização cambial e juros elevados. Não precisava mais pesquisa e desenvolvimento, pois importar era a solução. Um golpe mortal. 
 
Sem seriedade, as instituições foram abusadas denegrindo a democracia para atender a interesses pessoais em vez de cumprir o seu papel junto à sociedade. Estamos no limite. Segundo analistas a corrupção é endêmica, no entanto chutar o pau da barraca não conduz ao saneamento. A corrupção tem de ser erradicada com a colaboração e integração das forças idôneas da nação. Mas se essas forças idôneas não fizerem prevalecer a justiça e a busca de um país sério e humano, o futuro da pátria será sombrio. Como reconstruir o Brasil?
 
A universidade tem a missão de formar seres humanos de valor para que contribuam para a melhora geral das condições de vida. Politicagem, ideologias de plantão, carreirismo e busca de sucesso pessoal, tudo tem contribuído para o declínio do padrão. As instituições de ensino teriam de ser neutras e equivaler a centros de saberes para o bem da humanidade que tem de abrir os olhos e procurar o conhecimento do significado da vida.
 
O homem tem predado a natureza incansavelmente para atender a sua cobiça, sempre querendo mais. De longa data, homens eruditos acalentam o sonho profético do domínio milenar com a administração planetária em suas mãos. Mal sabem que acima de tudo atuam as leis da Criação que agora mostram a sua força para colocar o homem em seu lugar. 
 
As mudanças climáticas estão trazendo furacões, revezamento de calor e frio intensos, e chuvas em excesso ou insuficientes que avançam pelo planeta. Novos desafios se sobrepõem aos já existentes na economia, religiões e conflitos raciais. Desde 2007, onze países estão construindo um muro verde na África, de leste a oeste para atingir oito mil quilômetros de extensão por quinze de largura. Uma proeza ambiental. Quando não havia árvores, o vento escavava e desgastava o solo. Mas está mais protegido agora. As folhas viram compostagem e a sombra aumenta a umidade do ambiente. Assim, há menos necessidade de água. O muro verde retém a desertificação, e as pessoas permanecem na região. No Brasil, o manto verde da Amazônia está sendo dilacerado. A consequência será o inverso.
 
Neste dramático século 21 que assinala os mais estapafúrdios comportamentos da história da humanidade, observamos inquietude e desorientação de almas que não exercitam mais o seu querer, e vão vagando pela vida atrás de ilusões desperdiçando o precioso tempo para evoluir. O que estamos fazendo para conter o descalabro que se avizinha? 
 
O futuro é sempre consequência dos caminhos trilhados.  De forma simples os humanos colhem o que semeiam; os sábios percebem isso e conseguem prever o futuro. O ser humano é dotado de alma que desencadeia os acontecimentos com a sua motivação e vontade. As máquinas não têm alma, mas atraem as consequências da vontade de seus geradores. Num mundo onde as almas foram esquecidas, só se pode esperar pelo enrijecimento voltado para a dominação. O bom futuro depende da exata compreensão do significado da vida e das leis universais que a regem.
 



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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