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Natal e indolência espiritual

Benedicto Ismael C. Dutra
19/12/2017



 Em sua indolência as pessoas estão aprendendo a tirar proveito umas das outras e a tolerância tende a desaparecer. Sem respeito e consideração fica difícil a boa convivência que incentiva o aprimoramento, algo que deveria ser natural na trajetória da humanidade que deveria sempre estar empenhada na construção de um mundo melhor para viver. A humanidade tem caminhado confusamente, retardando o progresso individual e o crescimento econômico aprimorado com oportunidades para todos que se movimentam de forma acertada. 

As coisas estão ocorrendo em função do dinheiro: os relacionamentos e os negócios, inclusive a candidatura daqueles que se dizem contrários à cultura financeira que colocou a adoração do dinheiro como o grande bezerro de ouro acima de tudo o mais. Na turbulência nada se solidifica, nem as boas ideias, pois sempre há o aspecto financeiro como motivação principal, sem ganhos e sem acúmulo de poder nada é realizado. Assim, o mundo líquido vai se estendendo sobre todas as atividades dos homens voltados somente para negócios lucrativos e faturamento, ampliando a miséria. A falta de sensibilidade tem posto de lado as questões fundamentais da vida.
 
A boa gestão dos países requer o equacionamento das dívidas e equilíbrio nas contas internas e externas para tenham autonomia sem ficarem sempre dependentes de financiamentos. A gestão, para ser boa, tem de buscar a certeza de que as novas gerações serão motivadas a agir com seriedade e sem temores de se esforçar para o preparo para a vida, superando obstáculos e alcançando futuro melhor. O despreparo geral vem de longe e deve ser combatido por todos. O descaso com a educação é lamentável. Os homens que governam o mundo têm de atentar para isso, para a educação das novas gerações para que elas se tornem efetivamente humanas em toda a sua extensão. 
 
A ascensão do dinheiro e sua crescente influência vêm ocorrendo há alguns séculos, mas parece que ainda não foi encontrada a maneira certa de manter o equilíbrio entre os países e entre produção, comércio, emprego e consumo. Com a ausência do equilíbrio, surgiram as perturbações constrangedoras como crises, estagnação, desemprego, progressão das desigualdades, tudo retendo o avanço da humanidade, chegando mesmo a promover retrocessos.
 
Há um confuso embate político global e uma forte tentação dos políticos de esquerda para abraçar o capitalismo de Estado, centralizando o poder, interferindo em tudo, assustando, ameaçando a já precária liberdade. Os de mercado estão tensos, dado o aumento da insatisfação da população induzida a acreditar que o Estado pode tudo, mas ao crer nisso podem estar entrando num caminho tormentoso para a liberdade. Poucos querem ver a razão. Sem autenticidade e busca de equilíbrio, a solução fica muito difícil.
 
As novas gerações são o futuro. Os grandes problemas da humanidade decorrem da falta de preparo para a vida, mas no Brasil a situação é ainda pior. A humanidade inteira tem de juntar esforços para a melhora na educação das novas gerações, atualmente tão contaminada por falsos conceitos de vida. Bons livros podem melhorar a humanidade, mas precisam ser lidos. Ao longo da nossa evolução, levados pela cobiça, em vez de reconhecermos e observarmos os mecanismos das leis naturais da Criação, optamos pelo caminho destrutivo do imediatismo, pondo em risco as próprias condições necessárias para a sustentabilidade a vida.
 
A época convida as pessoas a serem elas mesmas de forma autêntica, sem estarem interpretando um papel que se pauta por conceitos não internalizados. Por que nascemos na Terra? Quem compreende o real significado da Luz do Natal? Jesus veio explicar à humanidade desencaminhada tudo sobre a Criação e o significado da vida por meio de parábolas. Além do “colhereis o que semeares”, pouca coisa mais restou de seus ensinamentos originais, seja porque não foram compreendidos, ou foram esquecidos ou modificados. Assim teceu-se um amontoado de incompreensões, discórdias e conflitos. O Natal deveria trazer Luz, Amor e alegria aos homens de boa vontade que se esforçam para se aprimorar. 
 
A Mensagem de Jesus procede da Luz e deveria unir os homens em boa convivência na busca da elevação espiritual. Esse foi o grande presente de Natal ofertado pelo Criador. Dois mil anos se passaram, o desvendamento foi ficando cada vez mais impossível face ao adormecimento do espírito. Os seres humanos precisam procurar a Luz e despertar para a vida real.

Feliz Natal! 



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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