O filme Educação, dirigido pela dinamarquesa Lone Scherfig, se passa na cidade de Londres. Nos anos 60, antes do advento da cultura de massa, a jovem protagonista, Jenny, interpretada por Carey Mulligan, dedica-se intensamente aos estudos, embora não entendesse porque deveria estudar latim, uma língua que caminhava para sua extinção. Ela se questiona muito sobre a validade das matérias que faziam parte do currículo.
De uma família simples, com uma mãe animada e um pai preocupado com as contas e envolvido na educação da filha, Jenny não se descuida dos estudos, tendo sempre respostas acertadas para as perguntas de sua ponderada professora.
Na sua adolescência sonhadora, não deixa de perceber o vazio existencial e a falta de propósitos maiores, esforçando-se para nao cair na vida tediosa dos adultos, sonhando com Paris e aprendendo francês, até que conhece um homem mais velho, David, que gosta de saborear a doce vida dos prazeres sem compromissos.
No filme, alguns personagens associam, de forma bastante preconceituosa, a personalidade egoísta de David ao fato dele ser judeu, o que não se justifica, uma vez que pensar unicamente na satisfação de seus desejos pessoais é um comportamento que pode existir entre pessoas de qualquer origem.
David lhe mostra os atrativos da vida noturna, com seu ambiente sombrio e atmosfera abafadiça, dos quais só os adultos podem participar. Então, Jenny passa a menosprezar o modo de vida dos professores e das famílias. No entanto ela percebe que a vida de prazeres custa caro e que o dinheiro não se consegue facilmente, a menos que se apliquem golpes. Ela é séria, mas a ilusão a faz aceitar como normal o modo inadequado como David ganha a vida, o que equivale a se tornar cúmplice.
Depois de abandonar a escola e pensar num modo de vida mais excitante, ela acaba percebendo que a felicidade está nas coisas simples da vida e não nas futilidades. Reconhecendo o valor da boa educação, ela retorna aos bancos da escola para crescer como ser humano.