“É interessante contemplar uma ribanceira cheia de vegetação, com plantas de muitas espécies, pássaros cantando nos arbustos, com muitos insetos voando e vermes se arrastando pela terra úmida e refletir que essas formas elaboradamente construídas, tão diferentes umas das outras e mutuamente dependentes de maneira tão complexa, foram produzidas por leis que atuam à nossa volta.” (Charles Darwin, A Origem das Espécies)
Criação, dirigido por Jon Amiet, apresenta inicialmente imagens bonitas que dão ao observador atento uma pálida idéia de como a Terra nasceu. O filme mostra como o naturalista Charles Darwin foi construindo a sua visão da criação dos seres vivos, seguindo um ordenamento em milhões de anos, para a partir das formas mais simples, surgirem as mais complexas num miraculoso processo de mutação e aperfeiçoamento das espécies.
O casal se reunia com os filhos. Charles era um bom contador de estórias. Emma lia para os filhos. Com a morte prematura de sua filha Annie, as explicações dogmáticas não mais se acomodavam em sua mente inquieta, percebia que os religiosos haviam trocado a realidade natural pelas teorias engendradas por eles, o que frustrava os espíritos inquietos que queriam pesquisar além das aparências para compreender a vida como ela é.
Vivendo dramas íntimos, ele constatou que a consanguinidade não é adequada para o aprimoramento das espécies, no entanto não descobriu o mistério do sangue, da sua formação e extinção, nem o seu significado para a vida dos humanos.
Em suas pesquisas ele percebeu a importância da lei da gravidade pressentindo a existência de outras leis naturais. Na Criação tudo é movimento renovador impulsionando a evolução e o aprimoramento. Tudo se transforma, nada permanece estagnado, tudo é vivificado pela energia criativa.
Para quem assistiu ao filme recomendo a leitura do livro de minha autoria “
O segredo de Darwin”, editora LCTE. Para quem não assistiu, recomendo também.