
Muitas vezes nos afligimos diante das consequências, mas raramente nos esforçamos em examinar as causas. Infelizmente, esse é um fato que se repete em tudo na vida. Tomemos o caso das inundações e deslizamentos de terra que têm causado tantos transtornos e até vítimas fatais.
Descuidadamente permitimos a ocupação de encostas íngremes que nunca poderiam ser utilizadas para a construção de moradias. Impermeabilizamos o solo. Permitimos o crescimento urbano de forma desordenada, sem o mínimo planejamento. Poluímos os rios e espalhamos lixo pelas cidades. Não desenvolvemos um sistema educacional com o propósito de formar indivíduos com sentimento de autonomia e responsabilidade e empenhados na busca de melhores condições de vida.
Ora, isso algum dia teria que trazer as desastrosas consequências que temos presenciado ultimamente. No entanto, poucos são os que reconhecem nossos erros, apenas manifestando insatisfação e descontentamento e procurando culpados.
Devíamos nos empenhar na busca por um modo de civilização que propiciasse qualidade de vida. Em vez disso, temos dado guarida para um tipo de vida predatório, competitivo e desgastante. Perante o caos dos valores destroçados e miséria, necessitamos encontrar a adequada forma de sair da atual confusão.
As pessoas egoístas, que só pensam em si, que querem todos os benefícios para si sem consideração alguma, criam à sua volta um ambiente de descontentamento no qual os bons acabam ficando desanimados, correndo o risco de acharem que a única saída é se tornarem iguais.
Temos de perceber nossa responsabilidade sobre tudo o que fazemos, incluindo o que pensamos, pois o pensamento adquire forma e se concentra na igual espécie, influenciando os desatentos. Os pensamentos de ódio estão sombreando o planeta, e onde uma pessoa der entrada a esses pensamentos negativos, ela poderá cometer atos que serão irreparáveis. A Terra precisa de pensamentos de amor desinteressado. Quando sentimos a dor e a aflição alheia e nos condoemos, é como se mandássemos uma ajuda luminosa que alcança as pessoas abertas para isso. Assim, dependendo da qualidade do que pensamos, contribuímos tanto para o bem e o embelezamento da vida como para sua decadência. A humanidade sempre colhe o que semeia.