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A covid-19 e as reflexões

Benedicto Ismael C. Dutra
03/11/2020



 Tudo está mudando rapidamente. Muitas oportunidades estão desaparecendo por causa da nova tecnologia digital. Os negócios em nível mundial se concentram, cada vez mais, nas mãos de poucos, enquanto grande parte da população vai sendo condicionada para uma forma de vida padronizada e distraída, sem se preocupar com o seu significado. As comunicações de massa pouco contribuem para estimular reflexões profundas e intuitivas, e com isso, o ser humano vai ficando enrijecido, com horizontes cada vez mais restritos.

No ocidente havia liberdade e oportunidades. Na região asiática, com seus bilhões de habitantes, a sobrevivência se fazia com precariedade, o que agora se esparrama pelo ocidente, alcançando até os países avançados, projetando o declínio da humanidade e a tentativa de retardar a distopia do embrutecimento geral.

A globalização e o Capitalismo de Estado trouxeram para o livre mercado o confronto na diversidade de legislação trabalhista e política salarial, inviabilizando muitas atividades. Como resolver se para a OMC é tudo a mesma coisa? A CLT é complexa. Na empresa que trabalha sob encomenda, o que fazer quando não houver encomendas? A participação nos resultados poderia ter aplicação mais ampla. Os encargos sobre o pagamento de salários precisam ser ajustados, pois emperram a contratação e reduzem a renda, e consequentemente o consumo. Ajustes devem ser feitos para que a economia se movimente mais e melhor.

Essa crise mundial deveria dar o que pensar aos especialistas e pessoas em geral, sobre a renhida luta pela sobrevivência que impõe precárias condições. A covid-19 é maléfica por provocar muitos contágios sem que se saiba exatamente como evitá-los e como tratar os doentes diante de tantas polêmicas, além da dúvida sobre qual seria a forma adequada para o convívio com o vírus para não cair na paralisação de todas as atividades.

Os países com mão de obra barata se voltaram para o mercado globalizado que agora se restringiu, e assim ficam sem saber o que fazer diante da crise, mas deveriam buscar alternativas econômicas internamente e rever o modo de vida para alcançar um viver mais natural, sem a precarização e miséria, mantendo a disponibilidade e diversificação alcançada nos produtos manufaturados.

Num momento de economia estagnada, de onde poderia surgir uma onda inflacionária? A nova cédula de R$200,00 nada tem a ver com isso. Pensando no essencial, se a comida se tornar escassa e tiver aumentos de preços, poderá surgir daí uma onda de inflação de difícil combate. A ausência de paridades fez das moedas um negócio altamente especulativo. As oscilações no câmbio são, em grande parte, manipuladas em função de interesses específicos.

Há no mundo muito dinheiro ocioso e as bolsas estão no limite. A capacidade de produção é alta, mas a renda segue em declínio. Não há onde investir, a não ser no financiamento dos Estados, máquinas de jogar dinheiro fora, mas que atingiram o pico da insustentabilidade da dívida pública. Os governantes pouco zelaram pelas contas internas e externas, lançando mão de experimentos econômicos para curtos períodos de ilusória fartura, produzindo muita dívida e aumento da miséria, permitindo exorbitantes lucros especulativos. A redução dos juros dá um alento à capacidade de endividamento, mas a economia fragilizada não reage. Os estadistas que querem controlar a dívida não recebem apoio e a dependência vai aumentando.

Na diplomacia não há amizades, só interesses. O Brasil poderia estar muito à frente, mas se ressentiu da falta de estadistas sérios, competentes que visam o bem geral do país. Se o dinamismo e os fundamentos naturais da economia não forem mantidos, a retrograda atividade extrativa será preponderante. Felizmente o agronegócio tomou impulso face ao déficit alimentar pelo mundo, mas é pouco para se dizer que o Brasil seja um país independente com produção, emprego, renda, consumo, bom preparo das novas gerações, progresso.

Em meio a tantas dificuldades os seres humanos deveriam parar para pensar sobre suas causas. As Leis da Criação contêm a Vontade Criadora de Deus que possibilitam a vida do ser humano para que este pudesse evoluir observando-as para o bem geral. Em vez disso, e em meio à confusão, as pessoas deveriam buscar a Luz da Verdade para encontrar o rumo certo e compreender o real significado da vida.



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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