A disparada do preço do petróleo assusta mas não surpreende, pois havia inúmeras previsões sobre isso. Era previsto que o preço do petróleo subiria por se tratar de um recurso limitado cujo consumo não para de crescer; mas por que está ocorrendo essa aceleração?
É preciso lembrar que o planeta tem seus limites, as reservas de petróleo também. Muitos poços estão secando e reduzindo a produção. Mas não se pode deixar de considerar a intervenção especulativa, pois o mesmo está ocorrendo com as
commodities, inclusive os grãos alimentícios, isto é, a especulação nos mercados futuros e a acentuada desvalorização do dólar americano diante das outras moedas, o que provoca como medida de compensação, a elevação dos preços em dólar.
Os líderes mundiais estão muito preocupados com as perdas no mercado financeiro e com a alta dos preços dos alimentos, então na hora de evitar as perdas o mercado acha bom que haja interferência do Estado para promover o saneamento e socializar as perdas. Ademais, assegurar o suprimento de alimentos para todos os povos é vital para a manutenção da estabilidade política e social. Muitos países estão ameaçados de perderem o desenvolvimento que alcançaram nos últimos anos em decorrência do
déficit de alimentos.
Será outro lamentável equívoco se, a pretexto de aumentar a produção agrícola para produzir biocombustivel ou mesmo alimentos, isso acarrete mais destruição da já reduzida cobertura florestal. Temos que ser sábios e técnicos para aproveitar os solos disponíveis, interrompendo o ciclo de destruição.
Afora os fatores de ordem econômica, há que se considerar o espantoso crescimento da população, mormente a partir dos dois últimos séculos. A população foi crescendo de forma descontrolada sem que fosse feito qualquer esforço de planejamento para o futuro. Agora estamos enfrentando essa delicada situação agravada pelos desequilíbrios econômicos e ambientais, o que traz mais dificuldades para que sejam encontradas soluções compatíveis, pois não há a possibilidade de que sejam trazidos recursos de outros planetas como fantasiavam alguns pesquisadores sobre o futuro.
As atividades humanas perderam o idealismo, a finalidade são os ganhos, não importam os meios. Nunca o dinheiro foi tão cobiçado como agora, acabando com os escrúpulos, a generosidade, a solidariedade, como praga isso se espalhou pelo mundo. Com muito dinheiro em circulação, atualmente vivemos as consequências da desordem financeira e da febre especulativa.
Para termos esperanças de que no futuro próximo a vida humana não se transforme numa arena sanguinária, muitos fatores deverão ser examinados. Urge que as populações se voltem para a sua essência nobre, sendo educadas e orientadas para atitudes positivas de consideração ao próximo, com desprendimento de hábitos não muito salutares e do consumismo ostensivo.
O consumo indisciplinado não pode continuar da forma como vem sendo feito até agora, pois estamos nos aproximando do limite dos recursos disponíveis no Planeta. É hora de que a secular tendência hedonista seja contida e modificada. Nenhuma melhora será possível sem que haja um movimento de conscientização que desperte nos seres humanos o reconhecimento de buscar o reequilíbrio do planeta tanto no que se refere ao clima, ao meio ambiente, ao controle da polulação e a necessidade de alcançarmos um nível mais elevado de maturidade ética e moral, o que somente será conseguido com um elevado nivel educacional.