No filme
Agentes do Destino (The Adjustment Bureau – 2011), dirigido por George Nolfi, David Norris, interpretado por Matt Damon, é colocado na situação de uma pessoa diante dos fios do seu destino, desenhados nas páginas de cadernos que se atualizam constantemente, arrastando-o para uma vida caótica, sem que o mistério tenha explicação.
O tema também aparece no livro
Fios do Destino Determinam a Vida Humana, lançado em 1986, pela escritora Roselis von Sass. Segundo a autora, um fascinante mistério cerca o relacionamento das criaturas humanas. No entanto, o aparente mistério desaparece rapidamente, ao se verificar que fios do destino tecem constantemente ao redor de cada um, trazendo-lhe de volta tudo o que lançou no mundo.
É exatamente isso que podemos ver nesse filme. Os fios ou linhas se vão alterando mostrando que o destino pode ser reescrito. O livre arbítrio do personagem fica aprisionado às decisões passadas, levando-o aos desfechos benéficos ou destrutivos, porém com novas decisões e outra sintonização, ocorre a possibilidade de corrigir falhas modificando o futuro, ou agravando-o.
Com uma forma de viver acorrentado às questões puramente materiais, o livre arbítrio acabou ficando soterrado a ponto de não mais percebermos a sua existência. Mas isso decorre da ignorância e da falta de vontade de encontrar explicações lógicas e coerentes.
Para assumirmos o controle de nosso destino, temos de nos conscientizar de nossa responsabilidade por tudo quanto pensamos, falamos e fazemos. Dito em duas palavras, nosso querer íntimo e as resoluções que tomamos. E, quando colocamos a força do querer em movimento, alcançamos resultados inimaginados.
Simbolicamente, o
bureau dos ajustes poderia estar representando a poderosa e inflexível lei que atua automaticamente no Universo, trazendo a cada um, em rigorosa justiça, o que fez por merecer, sejam coisas boas ou más. Por outro lado, também poderia ser uma alusão ao chamado poder oculto que estaria no controle da economia e das finanças, da política, da mídia e até da religião, criando eventos de instabilidade para manter o controle do poder mundial e determinando o comportamento das massas indolentes. Vai lá saber.
Mesmo que assim fosse, acima de tudo paira a força da lei universal que determina que cada indivíduo e cada povo colham o que semearem. Em decorrência, a aparente livre escolha de gestores recairia sempre sobre pessoas cujas decisões acabariam provocando os inevitáveis acontecimentos que foram delineados pelas ações semeadas, para o bem ou para a ruína da humanidade.
A cada dia que passa, o mundo se aproxima do caos e descontrole. Manter a paz fica cada dia mais difícil. Até o Brasil, país do “deixa disso”, não oferece mais segurança. Cidadãos comuns são sequestrados para a retirada de dinheiro com o cartão bancário; domicílios são violados por assaltantes armados e cruéis; caixas eletrônicos são dinamitados diariamente.
Temos nos deixado arrastar para ações impulsivas sem nos permitir uma reflexão intuitiva sobre nossos pensamentos e ações. Lamentavelmente, vivemos uma fase escura em que o ódio e a revolta estão tomando conta das ações dos humanos que não ouvem a voz interior de sua intuição, permitindo que o raciocínio possa agir friamente, sem a interferência do coração, forjando um futuro sombrio e sem esperanças de dias melhores.
Segundo a Mensagem do Graal, de Abdruschin, hoje o falhar está em toda a parte. Para onde quer que se olhe, há um quadro da mais desoladora confusão e muita miséria. Como meio para atenuar um destino ruim, forjando um futuro melhor, cada indivíduo poderá por em prática a mais poderosa ação humana, cuja expressão reside na abnegação do amor verdadeiro. Semear felicidade para colher felicidade.
Em
Agentes do Destino, felizmente David Norris percebeu isso, libertando seu livre arbítrio com firme decisão e muita energia.