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PEREGRINAÇÃO TRANSITÓRIA

Benedicto Ismael C. Dutra
21/09/2011



O cinema tem o grande poder de influenciar as pessoas, pois, ao se identificarem com situações e emoções mostradas na tela, elas baixam a guarda absorvendo tudo o que veem e ouvem. Por isso, uma grande responsabilidade pesa sobre os ombros dos que se dedicam a essa arte régia que reúne imagens e sons.

Muitas vezes nos surpreendemos com o estilo dos que formam opiniões e conceitos sobre a vida, mesmo não entendendo o seu significado. Lars von Trier, diretor do filme Melancolia, expulso do Festival de Cannes por dizer que “entendia Hitler”, declarou em entrevista para a revista Veja, entre outras coisas, “que acha que a vida é uma ideia muito ruim e se essa ideia partiu de Deus, eu o culpo por tê-la largado no meio do caminho sem levá-la a sua conclusão lógica”.

Para Lars, o Criador teria criado os humanos para uma existência finita, sentenciados à morte e, por isso, ele preferia ser um bicho sem noção de que vai morrer, e que pode magoar os outros o tempo todo sem culpa, vivendo preocupado apenas em comer, excretar e se reproduzir. Ora, mas isso é o que está acontecendo atualmente com parte da humanidade embrutecida, que não desenvolve as suas capacitações, as quais transformariam cada indivíduo num ser humano de fato, e não apenas um bicho sem responsabilidade.

A vida humana surgiu na face da Terra após um longo processo de evolução. Partindo do vazio, formou-se o planeta e nele foi depositada a água e na água surgiu a vida unicelular. Depois de toda a evolução surgiram os humanos. O planeta foi estruturado para abrigar o ser humano em sua transitoriedade até hoje incompreendida pelos pensadores subordinados à matéria.

Cabia aos seres humanos, em sua peregrinação, prosseguir no beneficiamento e embelezamento da vida e do planeta e não levá-lo à beira do abismo. Mas, para isso, deveriam ter se esforçado em compreender a Criação e suas leis, sem se arrogarem o poder de criar leis próprias sem o conhecimento do todo.  Por isso, fica difícil entender como alguém pode entender Hitler, um megalomaníaco sanguinário, causador de tantos danos irreparáveis.

A vida pode ser maravilhosa, depende de nós. Sofrimento e miséria foram produzidos pelos seres humanos com sua cobiça e desejo de domínio. Diante do caos produzido com suas ações erradas, a humanidade criou a doutrina do sofrimento, que mantêm os humanos na ignorância e indolência. Muitos estão vivos sem saber exatamente para que, nem o que estão fazendo neste planeta. Vivem apenas para o atendimento das necessidades básicas, como os animais. Os animais não possuem livre vontade, vivem em função dos instintos e cumprem o seu papel, enquanto os humanos, dotados de vontade própria, perderam o sentido da vida e, ao invés de conscientemente melhorar as condições de vida de forma continuada, só fizeram por piorá-las.

“Permitido vos é peregrinar através das Criações por vosso desejo, tornando-vos autoconscientes; contudo, não deveis causar sofrimento algum a outrem, a fim de satisfazer com isso a própria cobiça”, disse Abdruschin em Na Luz da Verdade.




Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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