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BASEADO NO FILME A ROSA PÚRPURA DO CAIRO E NOS TEXTOS SOBRE A INDÚSTRIA CULTURAL

Anderson Felipe Butilheiro
03/10/2011



Não é de hoje que a arte influencia a vida das pessoas. A música, as obras literárias, o cinema e a TV têm papel importante na formação de opiniões e na formatação do comportamento dos indivíduos. A televisão, talvez mais que os outros meios, age massificando a população nesses últimos tempos, mas, há alguns anos atrás esse poder pertencia ao cinema que, mesmo com suas limitações na época, era o canal da Industrial Cultural.

No filme A Rosa Púrpura do Cairo (1985), a personagem interpretada por Mia Farrow vive exatamente essa situação de indivíduo influenciado pela Indústria Cultural. Na trama, Cecília, uma garçonete apaixonada por cinema, acaba envolvida numa delas com um personagem fictício que ganha vida ao sair da tela. Tom Bexter é um personagem do filme “The Purple Rose of Cairo” que se encanta pela telespectadora e decide viver com ela no mundo real. Durante o reboliço causado por essa situação, Cecília acredita estar mesmo vivendo uma história que só seria possível na ficção e não consegue decidir se estar ao lado de um personagem irreal é melhor do que viver ao lado do ator que o interpretou, o galã Gil Shepherd (ambos interpretados por Jeff Daniels). As consequências da influência do cinema na vida da garçonete acabam por levá-la a perder o emprego, deixar seu marido e, por fim, ficar sem seu grande amor. O que lhe resta é voltar ao cinema e se contentar com a felicidade de personagens como se fosse a dela mesma.

Cecília se confunde entre realidade e ficção porque o cinema trás até ela um contexto que fugia à realidade dela. Um mundo de festas, aventuras e paixões que não fazem parte do dia-a-dia do cidadão comum. A moça fica fascinada por esse mundo de tal forma que não percebe que sua realidade está sendo afetada. É justamente esse o efeito da Indústria Cultural sobre o indivíduo que acaba por perder a noção do que é real e o que é fictício quando exposto às histórias fantasiosas. Talvez não demos conta dessa influência, pois não analisamos o que vemos nas telas, mas, apenas, consumimos essas obras cinematográficas. Nem tanto hoje, mas nas décadas de 1930 a 1950 essas obras transformaram indivíduos comuns, ou os deixando cada vez mais comuns, ou estratificando as massas.

A Indústria Cultural continua tendo esse tipo de controle – hoje exercido principalmente pela TV e até pela Indústria Fonográfica (musical) – que manipula o indivíduo e faz a arte parecer mais próxima da realidade, tirando dela o seu sentido de apenas ser arte. Mas o cinema ainda faz parte dessa “máquina” industrial que transforma a arte em bens para serem consumidos e não mais apreciados e que, uma vez consumidos, agem de forma inebriante dando sensação de que a ficção tem mais “graça” do que o real.

Fonte: Esterotipo




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