O grande problema da atualidade é a constatação de que a nossa vida é vazia, pelo simples motivo de que não conhecermos o seu significado. O vazio existencial está presente na psique de quase todo ser humano, em maior ou menor grau. Cultivamos essa sensação porque não compreendemos e nem aproveitamos a finalidade essencial da vida. Fazemos tudo de forma automática: comemos, exercitamos o corpo, trabalhamos, ganhamos dinheiro, nos divertimos, dormimos, entre várias outras atividades, mas não deixamos sobrar tempo para o que é realmente importante – entender o significado de nossa existência. Afinal, por que e para que existimos?
O vazio nos leva a um sentimento de frustração e à crença de que a vida nos reserva, desde o nascimento, apenas dor e sofrimento. Basta assistirmos a alguns filmes produzidos mais recentemente. Neles encontraremos, na maioria dos personagens, essa percepção nítida e triste de que a vida não faz sentido. Então, na falta de um sentido, muitos se entregam ao uso de drogas como lenitivo na dor que surge por não saber como devem usar o tempo, não sabem avaliar o quanto ele é escasso e valioso.
O vazio existencial pode ser acolhido e entendido, preenchido e amenizado. Para acolhê-lo, temos que aceitá-lo como parte de nós, pois ele é o estímulo para a busca de explicações que vão além das aparências. Com nosso esforço poderemos entendê-lo. Com a definição de nossas metas, poderemos preenchê-lo através de atividades laboriosas que nos façam sentir úteis. Assim esse sentimento será amenizado até que alcancemos a compreensão.
A angústia nos alerta continuamente de que não estamos no caminho certo para compreender porque estamos aqui, qual a forma adequada para nos relacionarmos com o próximo e com o planeta, e de que precisamos adotar um estilo de vida construtivo e beneficiador. Enquanto alguns ainda buscam ansiosamente o sentido da existência humana, muitos se esforçam para fugir e evitar tais questões, pois assim foram acostumados. Além disso, esses questionamentos causam temores e certa aversão em pessoas que querem viver suas vidas sem ter que, necessariamente, se perguntar sobre seu significado e nem sobre sua responsabilidade.
No entanto somos despertados quando acontecimentos prejudiciais nos atingem. Muitas vezes, quando nos decepcionamos com os fatos, ou com pessoas das quais esperávamos muito, surge a depressão como forma de expressar a lacuna interior, que usualmente leva a pessoa a uma sensação de perda do sentido da vida.
Ao silenciarmos a mente e nos centrarmos em nós mesmos, as respostas a esse questionamento irão surgir e isso nos fortalecerá. Então saberemos por que estamos aqui e qual a nossa missão. Perceberemos que os seres humanos imaturos sempre causarão danos ao próximo, pois lhes falta o verdadeiro amor.
Nunca devemos desistir da idéia de que surgirá um novo ser humano, que não se deixa abater; que seja autoconfiante e deseje evoluir para alcançar suas metas sem precisar ser dominador e alvo dos aplausos; sem precisar ferir o próximo com arrogância e truculência. Que saberá tratar com serenidade e respeito cada pessoa merecedora disso. Assim, será feliz e atuante, e saberá como realizar seus sonhos, pois tudo em sua vida terá o verdadeiro sentido.