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A PREOCUPANTE ECONOMIA BRASILEIRA

Beatriz Azevedo Castro
08/08/2013



O Presidente Carlos Goulart e o palestrante Mirched Abdo Alaby Nos últimos anos havia um bem estar coletivo, apoio ao governo Lula e Dilma e a corrupção não era uma tônica para a população. No entanto, havia aumento da renda sem aumento da produtividade. Nosso companheiro, Michel Abdo Alaby, inicia com estas palavras sua palestra e complementa dizendo que a falta de investimentos públicos e privados levou o país a um estrangulamento, além da expansão de crédito ao consumidor que com a falta de produtos fez aumentar demasiadamente a importação.

Toda base macroeconômica de um país, de acordo com ele, é baseada em três grandes políticas: monetária, cambial e fiscal e, se nesta última houver problema de controle, as outras duas ficam prejudicadas. No Brasil, gasta-se muito com máquina do Estado, principalmente com folha de pagamento, serviços e consumo interno, sem se preocupar com investimento, que é fundamental para melhorar o padrão social do país.

A questão econômica que veio aflorar este ambiente de manifestações sociais, aceleração da inflação, com efeito crescente no bem estar da população, o sentimento de insegurança no futuro e o endividamento desta nova classe média.

A inflação nos últimos doze meses foi de 6,7% e a meta do Banco Central era de 4,5%. Neste mesmo período, para os alimentos foi de 19% e para serviços 30%. Os gastos públicos 2011-2012, mesmo com a taxa caindo, saíram de 5,7% para 6,3%, ou seja, 0,6pp do PIB adicionais, sendo os gastos com pessoal 59,5% do custo total do Estado brasileiro. Todos sabem que qualquer empresa que gaste tanto com folha de pagamento, não tem futuro. Diz Michel Alaby que de 2009 para 2011 o Estado aumentou sua folha em 22% e há uma arrecadação de 36% do PIB e só é aplicado de volta para a população 0,5%.

Além disso, ao contrário do discurso do governo no ano passado, de que baixar as taxas de juros era uma questão sine qua non (do latim “sem a qual não pode ser”), houve aumento de taxas, trazendo mais instabilidade para a economia. A taxa de juros até o final do ano deve situar-se em 9,5% e, entende ele que, se alguém quiser investir deve fazê-lo em renda fixa.

São preocupantes: a continuidade da crise externa, a recessão dos países ricos, o crescimento moderado da China de 7,5%, o preço das principais commodities de exportação no Brasil caindo em função da superprodução no mundo e a balança de pagamento precisando de 60 bilhões de dólares para fechar as contas, a indústria interna brasileira sofrendo de atrofia pela baixa produtividade e a condução ineficiente das contas públicas.

Infelizmente, o governo brasileiro parece não estar interessado em um diagnóstico, declara Michel Alaby, aplicando políticas macroeconômicas errôneas, sem ter uma matriz. Isto se constata pelo abandono da meta da inflação no passado, tentativa de derrubar a taxa de juros por meio de um decreto e incentivo pesado no consumo de bens duráveis com isenções fiscais, sem uma política industrial efetiva que favorecesse a todos e não apenas um setor.

Também este governo, favoreceu grandes grupos nacionais para fusões e aquisições como BRF, JBS, Eike Batista entre outros, com contínuo aumento das despesas correntes, não respeito a contratos como no caso da energia que geraram insegurança ao investidor. E há mais: mudanças artificiais de critérios contábeis para mensurar déficits públicos pela chamada contabilidade criativa, distribuição de dividendos sem os ter, obras do PAC atrasadas e sem gerenciamento, gastos excessivos na construção dos estádios para a Copa do Mundo, onde já se gastou 40 bilhões – três vezes mais do que a Copa na África do Sul.

A intervenção estadual forte na economia assusta os empresários e hoje, o panorama da Presidenta Dilma é: credibilidade deteriorada, retração de investimentos, insegurança jurídica, descrédito nos partidos políticos.

Espera-se que, para 2014 a presidenta recupere um pouco sua credibilidade e faça uma reforma administrativa, mude o Código Penal, reduza os ministérios de 40 para 20 e, promova um ajuste fiscal visando obter em dois anos déficit zero. Termino agradecendo a oportunidade e dizendo que a diferença entre um estadista e um político, é que este último, pensa na eleição do dia seguinte e o estadista no país.


Fonte: Rotary Club de São Paulo



Beatriz Azevedo Castro, Diretora Executiva – Espaço Conhecimento – associada ao Rotary Club de São Paulo
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