Mais um filme da safra dos realistas derrotistas, daqueles que levantam os problemas sem dar esperança alguma. Cate Blanchette tem um desempenho colossal como Jasmine. Ela é o filme. Hal é um ricaço que ganha dinheiro iludindo as pessoas prometendo rendimentos de 20%. Jasmine tem todos os atributos de mulher socialmente eficiente, que capitaliza vantagens para o marido. Ginger, a irmã de Jasmine é mais pacata e quer viver a vida de forma leve, sem grandes ambições, trabalhando duro e aproveitando os momentos como pode.
Qual seria a origem dessa safra de filmes que mostram o desdém e a frustração, sem no entanto apontar a saída, a não ser ir levando a vidinha como se pode, com trabalho, cerveja e televisão. Será porque a situação geral está apertando e está difícil achar a luz? Estamos saindo da bonança e adentrando na fase das vacas magras.
Ginger é simples e sincera, mas vive na real sem planos mirabolantes. Jasmine aprendeu a enfeitar a realidade com mentiras, mas a mentira tem pernas curtas e não leva para muito longe. No mundo todo, as mentiras estão sendo colocadas à mostra para que as pessoas percebam que estão vivendo de ilusões por um longo período. Está passando da hora de despertar para a vida real.