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DESIGUALDADE GLOBAL NO SÉCULO 21

Benedicto Ismael C. Dutra
03/06/2014



No século 21, quanto mais a população cresce, mais aumenta a desigualdade social, o que fica evidente pela grande quantidade de pessoas que vive abaixo da linha da pobreza. Conta-se atualmente mais de sete bilhões de seres humanos habitando o planeta. As condições de vida tendem à precarização, pois a natureza tem os seus limites, o que agrava as diferenças econômicas e sociais. Estamos inseridos num complexo contexto financeiro, difícil de entender, mas muito perigoso, apto a desencadear tormentas pela ausência de ideais mais nobres.

A desigualdade é inerente à espécie humana, cuja finalidade principal é adquirir e fortalecer a autoconsciência, e o seu desenvolvimento está subordinado à lei do movimento.

Caso se vejam  amparados em tudo o que necessitam, os seres humanos logo se acomodam, dando espaço para a decadência. Uns se movimentam mais, outros se acomodam mais. Uns avançam celeremente fazendo uso de suas capacitações latentes para edificar com nobreza; outros permanecem estagnados, sobrecarregando-se com atos malévolos, não vacilando em satisfazer a sua cobiça mesmo que tenham de prejudicar outros.

A história do Brasil assinala que não houve grandes preocupações das autoridades com as camadas inferiores da população, e isso não se concerta apenas com planos de transferência de renda. Por que ficamos atrasados? Necessitamos de oportunidades e trabalho, mas continuamos no paternalismo sem equilíbrio. Esmolas prejudicam o progresso individual. Engodo? Por que não fizemos pactos comerciais com muitos países? Sabotagem ou incapacidade dos gestores? Temos de aproveitar as oportunidades nas Américas, Europa e Ásia. É difícil competir com a China, por isso necessitamos de pactos equilibrados. Ganhem eles e ganhemos nós, com equilíbrio, sem arrasar a indústria. Isso deve auxiliar no combate à desigualdade, gerando progresso e paz.

Além de obter a melhora nas condições materiais, as novas gerações precisam querer ardentemente alcançar a melhora geral das condições gerais de vida como seres humanos de valor que buscam a evolução integral, e não apenas o atendimento das necessidades básicas, para que resgatem o eu interior e a sua individualidade.

Os países vivem uma situação complexa. A essência de sua atividade deveria ser fazer o PIB crescer e conter a dívida. No entanto seus gestores sempre dão mais espaço para o crescimento da dívida e desperdício de dinheiro que, apesar disso, gera despesa de juros que sugam recursos e aumentam a concentração da renda. As dívidas dos países se tornaram enormes, mas muito se fala na necessidade de elevar a taxa de juros. Quanto isso custaria? No Brasil, o custo é considerado como exagero, mas aqui não se emite dólares e as exportações pouco evoluem; a dependência permanece. Por outro lado, se as dívidas soberanas começassem a ser resgatadas, o que ocorreria no mercado com a enxurrada de liquidez?

Muitos problemas foram criados pelos antagonismos ideológicos, enquanto o pragmatismo acumulava capital. No entanto, seja no socialismo do bem estar, ou no capitalismo individualista e competitivo, ainda não foi encontrada a fórmula adequada ao desenvolvimento humano. O ser humano tem de se movimentar, e não ser tratado como um pobre desprotegido. Mas o sistema econômico, por sua vez, precisa ter consideração e dar a todos oportunidades de participar da mesa oferecida pela natureza. A falta disso gera desigualdade e conflitos. A moda agora é falar sobre a desigualdade global diante da concentração da riqueza nas mãos de 1% da população.

Indivíduos e países facilmente se deixaram escravizar pela impiedosa cobiça, não recuando diante de nada para satisfazer ao seu desejo de grandeza. A flagrante desigualdade assim gerada não será sanada com elevação da carga tributária ou com o confisco de heranças, se bem que muitos filhos não fazem por merecê-la. Ao contrário, tais medidas se reverteriam no fortalecimento do Estado pelo acréscimo de receitas.

O essencial no combate à desigualdade social deveria sempre ser aspirar ao mais elevado nível que o ser humano possa alcançar. Para construir de forma benéfica, cada indivíduo deve se preparar, se fortalecer, reconhecer, estudar e adquirir confiança nas leis naturais da Criação que estabelecem o funcionamento harmônico do fluxo da vida, e tudo a elas se subordina, queiramos ou não.



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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