No planeta Terra, desde o término da 2ª Grande Guerra, acentuaram-se as desigualdades de oportunidades. Na falta de um crescimento homogêneo e compartilhado, a prosperidade ficou mais ao alcance dos ricos e poderosos, criando uma imensidão de populações menos privilegiadas. Se em seus países de origem os pobres não conseguem fugir da exclusão social, então porque não tentar a vida noutro lugar, nos Estados Unidos, por exemplo.
Em Território Restrito vemos exatamente isso: um País rico, desenvolvido, com a vida organizada e a população disciplinada, onde muitos se arriscam para obter uma oportunidade de fugir da miséria. O sonho dos sonhos. Nos Estados Unidos a vida é boa, e poderá ser ainda melhor quando aquele povo descobrir a importância do equilíbrio entre o trabalho, o dinheiro e a vida em seus propósitos essenciais, pois com esse equilíbrio é possível alcançar um estágio mais elevado de respeito e consideração partindo do íntimo, e não apenas de uma atitude comportamental aprendida de fora para dentro, a qual muitas vezes é seguida apenas pelo temor das represálias rígidas e severas.
Na cidade de Los Angeles muitos imigrantes latino-americanos, orientais, judeus, árabes e australianos, compartilham o sonho de obter o visto de residência americano. Vivendo numa situação dramática de muita aspereza, eles tentam obter uma condição melhor que não conseguiram onde nasceram, mas enfrentam a rigidez de pessoas que dão às normas interpretações pessoais e preconceituosas. Harrison Ford apresenta-se como um agente federal imigratório humano e com elevado senso de justiça, o que ameniza a aspereza da situação. Com boa sequência o filme prende a atenção mostrando as dificuldades da vida no século 21 e a luta pela sobrevivência com a miséria se espalhando pelo mundo.
O filme poderia ter fechado numa cena de esperança num futuro melhor como a da menina africana encontrando uma mãe adotiva; ou a do jovem Gavin sendo acolhido na escola hebraica com seu greencard. Mas o diretor Wayne Kramer preferiu a cena derrotista da mexicana Mireya Sanches interpretada pela brasileira Alice Braga. Sinal dos Tempos? O realizador povo norte-americano está percebendo que o seu país se tornou um grande devedor, com 10 trilhões de dívidas comprometendo o período de bonança.
Enfim, ao mostrar a atração dos Estados Unidos na busca de novas oportunidades, o filme mostra que poderíamos ter produzido uma forma de vida mais humana no planeta Terra.