Foi uma coincidência assistir Recém Chegada exatamente no feriado do dia do trabalho. Numa pequena cidade do interior dos Estados Unidos o filme mostra a contradição de interesses entre capital e trabalho. Enquanto os trabalhadores da fábrica de produtos alimentícios cuidam da produção, para assegurar o recebimento do salário necessário ao atendimento de suas necessidades, os gestores fazem contas e, friamente, priorizam o resultado financeiro. Eles decidem automatizar a produção e enviam uma eficiente executiva para implantar o novo sistema e proceder aos cortes de pessoal.
O filme rola lento como a neve que congela tudo, nem poderia ser diferente em Hollywood, mesmo assim são revelados os conflitos, as rupturas, as soluções. Notável de se observar, a habilidade do chefe da produção em estabelecer a coesão dos trabalhadores para se dedicarem a um projeto novo de resultados imprevisíveis. A educação e o preparo dos trabalhadores norte americanos conduzem o conflito para o encontro de soluções em estágios mais avançados, fato muito importante neste mundo de crescentes polarizações sociais, mostrando que para evitar grandes rupturas, a busca das alternativas viáveis requer serenidade e bom senso de ambas as partes.