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AS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA CRISE GLOBAL

Benedicto Ismael C. Dutra
14/03/2015



Há no mundo uma realidade subjacente, encoberta pelas manipulações e pelo comodismo das pessoas em não querer aprofundar os próprios pensamentos, mas que aos poucos vai sendo despertada pelos novos mecanismos de informação, interação e compartilhamento. A meta do ser humano é encontrar a verdade da vida e o motivo pelo qual se encontra neste planeta, evoluir e ser feliz.

Aos poucos a realidade deverá emergir de todo artificialismo que extingue o tempo de cada um com todas as superficialidades e a pressão externa que impedem o contato consigo mesmo e com a realidade da vida. A pressão vem da rigidez dos pensamentos ásperos gerados nos cérebros daqueles que não ouvem mais a intuição, agindo por impulso com a sua cobiça e o desejo de se sobressair. Com bons pensamentos e consideração, a situação seria bem outra, mais leve e amena.

No Brasil e no mundo atravessamos a crise gerada pelo ser humano que abandonou a intuição, a voz do espírito. A crise tende a aumentar. Por aqui, em vez de os líderes e a população se unirem para tirar o Brasil do atoleiro, não se fala em outra coisa a não ser da crise e dos sentimentos de insatisfação, revolta, ódio e perigo. Em 500 anos de história a nação não desenvolveu forte querer na direção do progresso real, e agora precisa reconhecer os próprios erros, sanear, ir para frente, mas está parada no meio do atoleiro, atacando lama para o alto. Se não houver um esforço para mudar essa situação, o país afundará cada vez mais, e depois será difícil escapar do declínio.

No Brasil, o processo destrutivo da indústria no final dos anos 1990 e que perdura até hoje foi brutal. Depois de décadas de caminho errante na economia e finanças, o que favoreceu mais as importações, chegou a hora de buscarmos o equilíbrio das contas e restabelecer a competitividade do produto made in Brasil. Os canais do fortalecimento estão travados por mesquinhos interesses internos e externos, e lutas pelo poder. Enfrentamos o apagão mental. O Brasil vai perdendo o impulso de ser pátria de seres humanos que buscam a paz e o aprimoramento. Caso seja derrubado, poderá retornar à condição de colônia, aí será tarde demais para reagir e buscar novos caminhos. Administrar o Brasil não é tarefa para amadores nem para aventureiros. Para recolocar o país nas rotas do progresso precisamos de estadistas sábios, empresários lúcidos e população consciente.

A natureza nos foi ofertada para que dispuséssemos dos necessários recursos que asseguram as condições de vida. Temos a responsabilidade de preservar para poder utilizar. Será que haverá mudança na mentalidade tacanha de que as matas e as florestas são acessórios desnecessários? Perdemos o contato com a natureza. As novas gerações desconhecem a importância das florestas para a preservação dos mananciais, do solo - enfim da vida no planeta. O que nos trará o futuro?

A receita original do livre mercado era excelente, com a possibilidade de cada indivíduo de participar dos empreendimentos, construir um patrimônio, ter uma participação no todo produtivo e seus resultados. Com a invenção das bolhas, tudo mudou, quem puxava o cordão para inflar foi se dando bem, enquanto os otários sofreram com os micos e a economia ficou distorcida. Os ganhos são preservados, mas as perdas são distribuídas.

Enquanto os grandes vão se entrosando na divisão do mundo, países como o Brasil são carentes de estadistas sérios e competentes que não se dobrem diante da força avassaladora do dinheiro que derruba fronteiras para tudo comprar em função de seus próprios interesses. Enquanto eles ampliavam o comércio para fora, por aqui se ampliava o consumo de importados.

Muitas coisas no mundo já estão por um fio de teia de aranha, mas não vemos esforços para solucionar as crises “sem jogar fora a criança junto com a água do banho”. O Brasil corre o risco de parar. Infelizmente, só quando acontecem os infortúnios é que as pessoas percebem em que desgraças se envolveram. Numa fase de tantos problemas, a educação deve formar seres humanos de fato, que visem a melhora das condições gerais de vida no planeta para que seja enfim alcançado o Desenvolvimento Humano.




Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
Comentários:


B. Dutra comentou em 21/03/2015 - 18:03:48

As pessoas não podem mais continuar limitadas ao simples papel de espectadores ou consumidores. A hora é de reagir, falar, discutir, mostrar o seu ponto de vista, para que não sejamos sufocados pela forma prepotente de como são lançados sobre nós, tantas coisas e atitudes reconhecidamente como nocivas para a boa formação das novas gerações, antes de que haja a erosão de tudo de bom que ainda restou em nossa cultura. Utilize-se das mídias sociais no bom sentido.

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