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A base natural da paz e da alegria

Benedicto Ismael C. Dutra
15/06/2016



 As famílias tinham união, todos juntos se ajudando, buscando o progresso e a felicidade. Nas empresas e organizações, as pessoas agiam em equipe na conquista das metas elevadas. Nas nações, as pessoas agiam como um grupo coeso, buscando a paz e o progresso, a melhora geral. Havia liberdade com responsabilidade. As coisas mudaram. Tudo está fragmentado. Cada um por si sem olhar para o sofrimento do outro. 

Esquecendo-se de sua essência, os humanos fizeram e desfizeram durante séculos, mantendo-se no controle de tudo; mas no século 20 as coisas desandaram e começaram a se evidenciar as consequências do descaso com a evolução. Alguns estudiosos não separavam a economia da evolução e bem-estar geral da humanidade, porém as bases eram frágeis e o humanismo foi sendo posto de lado. 
 
Aumenta a delinquência. Menores praticam furtos, atacam pessoas, enfrentam a polícia. Muito tempo já foi desperdiçado. Será que ainda dá para fazer alguma coisa pelas crianças geradas sem família, ou por famílias desestruturadas? As moradias são precárias. Os pais não estão aptos para educar, não honram a paternidade. Faltam creches e escolas. Crianças se formam na aspereza das ruas. Garotas são atacadas para abuso sexual.
 
O lamentável nisso tudo é a precária situação das novas gerações, desesperançadas, sem autoestima, sem consciência do próprio valor, e que se deixam influenciar por filmes e novelas de baixo nível; se acomodam, se entorpecem nas baladas, festas “rave” ou “pancadão”, decaindo como seres humanos, atirando na lama a imprescindível força sexual sem compreender a sua real finalidade, desvalorizando a vida. A tensão aumenta, a delinquência também, e tudo vai sendo empurrado para baixo, sem que sejam feitas pesquisas e implantadas soluções que possam minorar esse descalabro.
 
Vida é movimento. Parar é estagnar. Movimento de corpo e alma vivifica, renova. E como movimentar a alma, o espírito? Simplesmente dando espaço para o querer que vem do íntimo, e não o produzido pelo raciocínio. Desenvolver e fortalecer a força de vontade voltada para o bem é o movimento certo do ser humano que quer evoluir. E de onde vem o querer e a força de vontade? Conforme ensina a Mensagem do Graal, o querer real vem do eu interior, que desperto, se situa acima do tempo e do espaço, vem do espírito em sua eternidade. Ao cerebelo cabe a tarefa de fazer a ligação entre o eu interior e o córtex cerebral. 
 
O sonho da humanidade de melhor futuro está morrendo. A religião decai. As ideologias de direita e esquerda se opõem. Mais Estado ou menos? Mais serviços públicos ou menos interferência do Estado? Mais poder ao Estado com mais impostos e mais burocratas ou mais mercado? E a liberdade dos indivíduos para onde vai?
 
Apesar do embate, a vida está perdendo a naturalidade, as dificuldades aumentando, a felicidade diminuindo. Por que não se percebe a importância e o valor do atendimento das necessidades básicas de forma condigna, que vão se agravando com o aumento da população e sua pressão sobre o meio ambiente? Uma vida mais simples. Equilíbrio entre a riqueza produzida e a distribuída. Independência e autonomia dos povos com menos interferências de uns sobre os outros, todos perseguindo o ideal de melhora da humanidade e a sadia convivência com a natureza, bom preparo das novas gerações. São esses os elementos indispensáveis para assegurar a paz e o progresso.
 
Com a predominância do materialismo, a “financeirização” foi tomando conta de tudo, afastando a naturalidade e as metas geradas pelos sonhos da humanidade para a construção de um mundo melhor, e tudo passou a ser uma luta pelo poder, de final difícil de prever. Com a ascensão do dinheiro, o humanismo foi perdendo a base e o significado, a aspereza se tornou dominante, e o planeta Terra e sua população alcançaram o limite crítico. Agora todos devem buscar a base natural e real sobre a qual a humanidade deve construir uma nova forma de viver, possibilitando paz e progresso para a alegria dos seres humanos.



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
Comentários:


Letícia Borges (leticiaborgesco@outlook.com) comentou em 26/06/2016 - 09:06:04

Olá Professor Benedicto, meu nome é Leticia, estudo Administracao de Empresas na Facamp e realizo projetos voltados para empreendedorismo com impacto social nas universidades. Li algumas de suas postagens e gostei muito da sua linha de pensamento, gostaria de assistir uma palestra sua. Quando será a próxima aqui no estado de SP? att. Leticia.

Edson da Cruz Maria (ed_maria@ig.com.br) comentou em 04/08/2016 - 07:08:49

Escolhi este tema para realizar o trabalho de aprimoramento em educação com meus alunos do ensino médio.

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