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Futuro ameaçado

Benedicto Ismael C. Dutra
07/07/2016



 Esquecendo-se de sua essência, os humanos fizeram e desfizeram várias ações durante séculos, mantendo-se no controle de tudo; mas no século 20 as coisas desandaram e começaram a se evidenciar as consequências do descaso com a evolução. A crise de 2008 veio como bomba tão forte que assustou a equipe econômica que tinha seus projetos para controlar o país, mas não visualizou a extensão do drama que se abatia sobre o mundo.

 Estão ocorrendo simultaneamente a redução de produção, o aumento da capacidade ociosa, a retração do consumo, expansão da liquidez e aumento do volume de dinheiro. Toda a parafernália financeira dissociou-se da economia real de produção, comércio, trabalho e consumo. Uma complicada equação desafiando os economistas.

 Se não houver estadistas sérios que entendam de finanças e que se empenhem pelo bem do Brasil, estarão fazendo o jogo do contra, e o país poderá acabar. Por seus interesses imediatistas, o governo elevou os gastos sem pensar nas consequências tornando-se o principal tomador de empréstimos, ficando a mercê do mercado que impõe a taxa de juros que lhe convêm; o custo, porém, se distribui sobre toda a população. Com o crescimento da dívida, corta-se tudo.

 Oito ou oitenta. O crédito jorrava, sem uma criteriosa seleção dos fins. Houve má fé. Mas agora vem um estúpido aperto geral. Alguns pequenos e médios empresários não têm suporte para adquirir máquinas e equipamentos, e a economia fica estagnada. Se os bons economistas sabem dos nefastos efeitos de juros elevados e dólar barato para a economia do Brasil, por que a classe política não olha para isso e cumpre o seu papel de zelador do país e sua população buscando as decisões mais adequadas?

 A produção de bens requer liberdade e responsabilidade. Muitas pessoas acusam o capitalismo como a fonte das misérias, mas antes de surgir o capitalismo e outros sistemas econômicos, o homem já tinha se afastado do espiritual, dando mão livre ao seu egoísmo e suas cobiças. Então o problema real se situa no afastamento da espiritualidade, não no sistema criado posteriormente como consequência, que vai desequilibrando tudo. O reequilíbrio poderá ser reconquistado unicamente com a busca sincera do saber real sobre o significado da vida.

 Estamos enfrentando vários problemas na alimentação e nutrição. Agrotóxicos, transgênicos, hormônios, entre outros, que fragilizam e alteram os alimentos. Mas é preciso levar em conta o lado emocional, as dificuldades, o desânimo, as formas de pensamentos negativos e tudo mais que afeta em primeira linha o estômago, o intestino, a digestão.

 A Internet surge como um bom instrumento de comunicação e aprendizado, no qual ainda encontramos muitas discussões destituídas de valor prático, mas esperemos que algum dia assuma a relevância da antiga praça - a “ágora” -, o ponto de encontro da modernidade, para que sejam examinados os temas magnos da existência humana: a origem da vida; de onde viemos, para onde vamos; a origem do mal.

 Muitos jovens sem propósitos, sem saberem o que querem se deixam arrastar, ficam olhando a vida passar permitindo o avanço das bebidas fortes e dos entorpecentes. Lamentáveis situações que em vez de fortalecer as novas gerações, as fragilizam de corpo e alma, comprometendo o futuro próprio e o do país. Os seres humanos precisam se unir com a força de vontade voltada para o bem. A época não mais permite que os seres humanos permaneçam em berço esplêndido, no sono de chumbo.

 Já passamos da hora de despertar para a vida real. Uma nova era de progresso requer uma nova escola que posicione os alunos em relação à vida e sua transitoriedade na matéria, orientando-os para que alcancem o máximo do seu potencial; esse deve ser o alvo de todos, jovens ou pessoas com mais idade. A humanidade sadia se faz com seres humanos despertos e livros. Todos precisam ter o conhecimento da trajetória do ser humano na Terra e perceber, enfim, que nos deixamos envolver, e como nos libertarmos das teorias falsas e dos superestímulos que invadem as mentes injetando medo e inquietação.




Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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