Chegou o badalado filme trazendo de volta o original Jason Bourne (Matt Damon) num mundo dominado pelos detentores das moedas e pela falta de preparo das novas gerações para a vida, com misérias e insatisfações que levam as massas ao limite crítico. Jason havia se ocultado num ambiente decadente, nas sombras do embrutecimento para fugir dos conflitos interiores, de onde a ex-agente Nicky Parsons (Julia Stiles) agora, revoltada com a situação, quer resgatá-lo para desmascarar os golpes dos poderosos.
No filme também vemos a turbulência de nossos dias, mas o que é apresentado fica longe dos problemas reais em ebulição. Na ficção há uma luta pelo poder na agência de inteligência norte-americana CIA, evidenciando a falta de integridade entre os líderes. O diretor da CIA, Robert Dewey (Tommy Lee Jones), quer vigiar tudo pela Internet para exercer o controle e saber o que está acontecendo, numa atividade que vai muito além do combate ao terrorismo. Ele acha que Bourne (Matt Damon) é uma pedra no sapato de seus planos autoritários e manda o Contato (Vincent Cassel) executar o trabalho, enquanto Heather (Alicia Vikander), nova gerente da CIA, quer trazer Bourne e suas habilidades para o lado dela.
Em todos os filmes da série Bourne, o protagonista Jason sempre mostra muita competência, mas neste último há poucos desafios, o enredo é pobre com muitas fugas cansativas e perseguições pirotécnicas que caem no vazio, num esquema global onde tudo está sob a rigidez do controle central, embora a insatisfação e revolta comecem a explodir, como na Grécia onde ele estava escondido. Decepcionado e entristecido com as atitudes astuciosas das pessoas, Jason se afasta de Heather e se voltará para novas aventuras; nada ficou indicado.
No planeta Terra, com mais de sete bilhões de pessoas, a miséria vai aumentando. Diante da recessão que persiste desde a crise financeira de 2007 as autoridades monetárias buscam estimular a economia injetando dinheiro para conseguir algum dinamismo. No Brasil, tivemos vários ciclos de expansão, mas a miséria continua presente, e pior, a qualidade humana em baixa. A economia não precisaria viver de altos e baixos ensejando vantagens para poucos e aumento da desigualdade, pois bastaria ter estabelecido a meta de continuado crescimento natural, e da melhora da qualidade humana e das condições gerais de vida, dirigindo o capital nesse sentido. Por que isso tem sido tão difícil para as lideranças?
Na renhida luta pela sobrevivência prevalecem os egos e as cobiças. Falta um olhar para o Alto, visando construir um mundo pacífico com oportunidades de progresso para todos. Isso já vem de longa data; fazia-se de tudo para manter no marasmo os seres humanos para que não percebessem o artificialismo em que viviam. Enquanto não houver um alvo elevado para a humanidade, pouca coisa poderá melhorar.
Em nosso mundo, as pessoas se sentem entediadas pela falta de propósitos e precisam se cuidar para não cair nas drogas. O tempo livre deveria ser empregado na boa convivência e nos incentivos para o ócio criativo que promove o crescimento pessoal da essência humana. Na Mensagem do Graal, Abdruschin recomenda mantermos como alvo o anseio pelo aperfeiçoamento do espírito, como condição essencial para alcançarmos a paz e escaparmos das garras da opressora estreiteza mental e do vazio e superficialidade no pensar e falar.
Quando fortalecemos o anseio pelo aperfeiçoamento, permanecemos mais atentos, extraindo a essência de tudo o que vivenciamos e crescemos. Conservando limpo o foco dos pensamentos, alcançaremos paz e felicidade. Bastaria isso para o mundo entrar em nova rota da evolução e progresso real.