É preciso entender as causas da paralisação e do marasmo. No Brasil eles têm duas origens: as condições externas de lutas pelo domínio econômico-financeiro e dos recursos naturais, somadas à falta de estadistas que visem o progresso e eficiência no trato das contas externas e internas; e a falta de preparo da população para um viver responsável e solidário.
A Inglaterra foi celeiro de mentes brilhantes que, com seus conhecimentos poderiam ter dado um curso benéfico para a trajetória da humanidade, mas faltou humildade espiritual e a participação de todas as capacitações com que os seres humanos foram dotados para que um mundo melhor fosse construído. Em vez disso, estão surgindo as distopias caóticas e reais. Água e ar são bens de valor inestimável, pois sustentam a vida. No entanto, o dinheiro foi colocado acima de tudo o mais. Florestas destruídas. Enormes áreas devastadas. Rios e mares poluídos. Reflorestar, sanear, despoluir, recuperar o solo, não são levados em consideração, pois não conferem renda financeira. Então que futuro poderá se apresentar?
O economista Celso Furtado (1920-2004) falou do sonho irrealizado no Brasil apesar dos recursos disponíveis. Afastada do solo real da vida, a humanidade só tem criado pesadelos. Como poderá sonhar uma geração que não lê, que não faz reflexões sobre a vida e o mundo, e que por essas razões acaba tendo visão curta, imediatista. As eleições deveriam selecionar os melhores, os estadistas honestos, dispostos a trabalhar para o bem da população.
Por que atualmente estão acontecendo tantos acidentes no mundo? Um avolumar estatístico? Sem dúvida há um acúmulo de pessoas e acontecimentos e de remates de fios do destino no planeta, mas inegavelmente está ocorrendo uma queda no discernimento e no bom senso. Falta a interação com o eu interior e a participação da intuição. As pessoas "vão levando" a vida no automático, sem prestar atenção no que estão fazendo, com o foco disperso em pensamentos confusos. É imperioso redespertar a intuição, a simplicidade, a clareza e a naturalidade.
No filme “O homem que viu o infinito”, o jovem Srinivasa Ramanujan (Dev Patel), nascido em 1887, em Madras, na Índia, foi fazer cálculos matemáticos em Cambridge, Inglaterra, ao lado do racionalista professor Hardy (Jeremy Irons), destacando o confronto entre a intuição e a racionalidade. O filme não explica com clareza para que serve a matemática, nem como funciona a intuição, um dom natural concedido a todos os seres humanos. A matemática é fascinante pelo desenvolvimento dos cálculos e conclusões a que eles induzem, chegando a fortalecer no intelectual a arrogância de só acreditar no que se pode comprovar com o cérebro, levando ao encontro do ateísmo.
Para o espírito observador, que tem o eu interior desperto e faz questionamentos e reflexões intuitivas, a natureza revela a perfeição do Criador, e a regularidade do comportamento das séries numéricas mostram isso. A matemática e a geometria estão presentes em toda a natureza. A ciência dos números conduz ao conceito do infinito, que se acha além das capacidades cognoscitivas do cérebro, mas o racionalista não quer entender isso, de que existe muito mais além da capacidade cerebral restrita ao tempo e espaço.
Ramanujan tinha de sofrer o preconceito por ser indiano e por ter a capacidade de visualizar fórmulas e equações com a intuição, pois as leis naturais da Criação funcionam uniformemente em todo o universo, como a grande regularidade que se sintetizam nas fórmulas, mas descuidou da saúde. Temos de cuidar das necessidades do corpo atentamente, para permanecermos fortes e sadios para alcançar o autoaprimoramento e viver de forma construtiva e beneficiadora para realizar os sonhos.