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Um homem de família

Benedicto Ismael C. Dutra
27/05/2017



O casal Dane Jensen (Gerald Butler) e Elise Jensen (Gretchen Mol) são pais de três crianças. Elise cuida da casa e seu marido trabalha 70 horas por semana numa agência de recrutamento de cargos importantes do implacável Ed Blackridge (Willem Dafoe), cuja sensibilidade é voltada exclusivamente para o dinheiro, seu ganho e sua posse para sustentar uma vida extravagante de prazeres e luxúria. Ed mostra o que acontece quando o poder  sobe à cabeça dos homens que passam a agir como tiranos capazes de tudo para impor a sua vontade e se conservar no poder, mesmo que seja através da dominação imposta pelo medo.
 
Para atender as metas impostas pelo chefe, Dane entra na onda fazendo qualquer coisa para atingir metas e superar os resultados de Lynn Vogel (Alison Brie), sua concorrente na agência, para ver quem assume o comando. Dane passa o tempo todo fora de casa, quando chega mal consegue falar com as crianças, pouco conversa com a mulher, e exige sexo como recompensa. A vida do casal tende para a monotonia e superficialidade, pois ambos nunca refletem sobre o significado da vida, por qual razão estão vivendo neste planeta e por que se tornaram pais, ou como e para que deveriam preparar seus filhos.
 
A vida vai seguindo da forma como foi definida por Michael Moore em seu bem dirigido filme Capitalismo, uma história de amor, em que denuncia as mazelas da cobiça. Mas quando ele acusa o capitalismo de ser o grande corruptor do caráter, incorre num engano, pois sendo esse sistema uma criação dos homens e desempenhado pelos homens, a corrupção se encontra no querer destes últimos, porque perderam a visão ampla da vida, fazendo da cobiça pelo dinheiro a sua prioridade, o que difere do idealismo do Dr. Jonas Salk que não se preocupou em patentear sua descoberta como fonte de lucros, deixando-a a serviço da humanidade.
 
Olhando atentamente, percebe-se que a humanidade está perdendo o rumo; o logro e a falsidade são aceitos naturalmente. Apegados ao dinheiro, os indivíduos estão revelando a sua má vontade em seguir os caminhos da evolução espiritual, despencando na rota escura do embrutecimento, perdendo as características que fazem do homem um verdadeiro ser humano. Com a teimosia geral, a vida de oito bilhões de moradores da Terra tende a se precarizar. O foco deveria ser a busca de melhores condições gerais de vida que possibilitem a evolução das pessoas que se dispõem a aprender e a trabalhar com eficiência buscando construir um futuro melhor. 
 
Voltando ao filme, no auge da crise conjugal, Dane e Elise são despertados por um golpe do destino: uma doença terminal de seu filho Ryan que os fará ver como somos insignificantes diante das engrenagens das leis da Criação, que trazem de volta tudo quanto é lançado pelos indivíduos.
 



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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