As explosões do vulcão na Islândia, lançando na atmosfera material incandescente procedente das entranhas da Terra, puseram em evidência, mais uma vez, a situação do planeta em seus limites críticos. Como consequência, o caos no transporte aéreo na Europa foi o maior já ocorrido, com a temporária paralisação de vôos, impossibilitando as pessoas de se locomoverem sem nenhuma alternativa se não esperar pela dissipação das nuvens escuras de fumaça e fragmentos.
O filme brasileiro "As melhores coisas do mundo", dirigido por Laís Bodansky, em cartaz nos cinemas, também ao seu jeito, mostra a humanidade vivendo nos limites críticos da sua existência, correndo muito sem alvo definido, em busca de nada. Vidas despedaçadas como ovos lançados contra a parede. As tristes vidas das novas gerações empurradas como gado para o vazio de um viver sem sentido, consumindo e sendo consumidas, completamente alienadas da realidade natural, num cenário de decadência sem limites.
Em seu inconformismo diante de um mundo desumano, a juventude de hoje não recebe estímulos enobrecedores e não consegue conexão com os valores da própria alma, caindo no marasmo e na inutilidade. Os adolescentes não questionam o que querem da vida, para que ela serve ou qual o seu sentido.
O filme, que retrata este mundo vazio, repleto de situações conflitantes construídas por adultos sem alma, mostra como Pedro (vivido pelo ator Fiuk, interpretando o irmão do personagem principal, o adolescente Mano), sem um objetivo maior, acaba desistindo de tudo, antes mesmo de começar, prejudicando seu corpo e sua alma.
Num desfile de modelos que não oferecem inspiração alguma aos jovens, o destaque fica com o Mano (Francisco Miguez) e seu professor de violão (Paulo Vilhena), ambos com um sonho a perseguir. Mano tem pureza e generosidade na alma, embora nada saiba sobre ela. As novas gerações precisam entender o significado da vida, saber o que querem para que não desperdicem seu tempo inutilmente, sem perceber que recebemos um planeta único em seus recursos para a vida, como nosso lar e dos que virão depois de nós.
As novas gerações devem ser orientadas sobre isso, pois tudo que usamos para atender as nossas necessidades provém da natureza, que deve ser compreendida e respeitada. Os jovens precisam de estórias que os convidem para grandes feitos, para que se livrem do atual turbilhão de problemas adquirindo conteúdo e individualidade. Antes que explodam como um vulcão, devem perceber a imperiosa necessidade de buscar a evolução integral, se é que realmente desejam construir um mundo melhor.