Com a finalidade de participar da Conferência Internacional 2010 do Rotary Club, realizada em junho, tive a oportunidade de viajar para o Canadá, passando pelas cidades de Toronto, Otawa e Quebec antes de chegar à Montreal, cidade que sediou o evento que contou com a participação de 18 mil pessoas procedentes de 154 países.
Além da alegre convivência, o evento permitiu uma aproximação com o modo de vida naquele país de dimensões continentais e temperaturas baixíssimas durante o inverno.
Educação e trabalho são levados a sério. O país é muito rico em água e no controle da poluição. Lá, as engarrafadoras de água não têm um mercado lucrativo porque a água que jorra das torneiras é de alta qualidade.
Os efeitos da boa educação são facilmente observáveis na qualidade dos produtos, na grandeza dos edifícios, nas praças caprichosamente cuidadas e na qualidade de vida. A maioria da população não trabalha mais do que oito horas diárias. O transporte e a limpeza pública são admiráveis. A alimentação também é destaque: comidas leves, de ótima qualidade, nutritivas e variadas são facilmente encontradas a preços não superiores aos praticados no Brasil.
Devido ao frio em Montreal e Toronto, existem os espaços subterrâneos onde funcionam lojas, serviços e lazer. O solo rochoso e a tecnologia permitem a construção dessas galerias subterrâneas integradas com o metrô e os edifícios, permitindo circular por baixo de muitas ruas. Ressalte-se que lá em baixo, o ar em muitos casos é melhor do que em ruas a céu aberto de nossas cidades.
As sessões plenárias da Conferência foram realizadas no Center Bell, um magnífico espaço coberto para abrigar mais de 30 mil pessoas. Os conferencistas traçaram uma visão bem atualizada dos muitos problemas que afligem a humanidade, como: escassez de recursos naturais, poluição, educação, saúde e paz mundial, mostrando o esforço dos Rotary Clubes em contribuir para a busca de soluções e melhora nas condições de vida, destacando a importância da alimentação correta, alfabetização e o cultivo do hábito da leitura para que as novas gerações fortaleçam a mente e se mantenham saudáveis para superar as dificuldades do dia a dia.
A Rainha Noor da Jordânia discursou aos participantes da terceira sessão plenária da Convenção do Rotary Internacional (RI) de 2010, destacando a importância da Fundação Rotária procurar desenvolver projetos que ensinem as comunidades a se autossustentarem e buscar colaborações com organizações afins.
Ela declarou que a proliferação dos armamentos e os desafios dos conflitos globais dificultam o alcance da estabilidade, no entanto o Rotary consegue mover o mundo em direção ao progresso e à paz através de sua rede internacional de clubes dedicados e das alianças estratégicas com outras organizações, afirmando: “Pela primeira vez na história da humanidade, nosso mundo está cada vez mais conectado e temos a capacidade de realmente unir pessoas e culturas para obter prosperidade, sustentabilidade e paz”.
Na sessão final, Ray Klinginsmith, o presidente eleito do RI, cujo lema é “fortalecer comunidades – unir continentes”, falou sobre o que planeja para seu mandato, pedindo a todos os rotarianos que apliquem o que nos EUA é chamado de "lógica do cowboy" e que, usando de simplicidade, se dediquem a tornar seus clubes "maiores, melhores e mais fortes". Ele seguiu esclarecendo o que é a "lógica do cowboy": ter orgulho do que faz, falar menos e dizer mais, fazer o que deve ser feito e lembrar que algumas coisas simplesmente não estão à venda. Em seguida, disse que acredita que esta é a única maneira de o Rotary permanecer atuante e dinâmico no próximo século, pois os clubes são o alicerce de nossa organização. “Assim, tenho consciência de que meu trabalho é auxiliar os distritos a ajudarem os clubes. E estou certo de que seremos bem-sucedidos”, finalizou ele.
