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ATRAÍDOS PELO CRIME

Benedicto Ismael C. Dutra
21/09/2010



Bem dirigido e bem interpretado, “Atraídos pelo Crime” é mais um daqueles filmes que retratam a dura situação da sociedade humana em pleno século 20. Tendo como palco o bairro de Brooklin, em Nova York, o filme prende a atenção do espectador, apesar da longa duração (132 minutos). Os personagens são policiais e habitantes do bairro, mas as ocorrências poderiam se situar em qualquer outra cidade. O que choca é o embrutecimento, a vida mecânica e sem sentido, o esforço dos líderes para salvar as aparências, numa cidade dominada pelo apego ao dinheiro e à falta de um objetivo nobre. Será que as pessoas preferem pagar para ver cenas apresentando o que de mais grotesco os humanos são capazes, ao invés de cenas de altruísmo, justiça, heroísmo e generosidade, que alegram a alma e têm um enorme poder curativo?
 
Muitas pessoas achavam que ocorrências brutais como as mostradas em filmes só aconteciam nas telas do cinema. No entanto, os noticiários dos jornais estão mostrando a precariedade da vida e o embrutecimento que vão insensibilizando os cidadãos, acostumando-os a esse estado de coisas que se distancia do ideal de uma sociedade humana.
 
Qual a origem desse desinteresse por uma vida de mais qualidade que promova o continuado aprimoramento da espécie humana? O que tem levado um grande número de pessoas a cair na depressão? Se existe procura por drogas, logo surgem os fornecedores trazendo a “mercadoria” e fazendo merchandising, pois o negócio rende lucro e, quanto mais viciados, melhor.  E assim, o dinheiro fácil se vai infiltrando na rede da corrupção. A telenovela “Passione” também vai adentrar no campo das drogas. No Brasil calcula-se 1,2 milhão de usuários estejam vivendo uma brutal realidade, prejudicando sua saúde, destruindo seu corpo e órgãos, liberando seus cérebros para praticar incompreensíveis atrocidades.
 
No mundo, há os bem nascidos e os mal nascidos; isso nada tem a ver com a renda, mas com o comportamento humano ante a possibilidade de gerar filhos. Homens e mulheres que oferecem a oportunidade para uma geração deveriam estar plenamente cientes de como se processam os nascimentos e do que estão fazendo ao assumir a responsabilidade pelos seus atos.
 
Com uma séria preocupação diante da circunstância de gerar um filho, e realmente desejosos de trazer uma criança para suas vidas, pai e mãe estão desde logo promovendo uma oportunidade especial, devendo a futura mãe manter-se resguardada e cuidadosa perante a maternidade, aguardando com carinho o nascimento do novo ser humano com o objetivo de auxiliá-lo a se tornar uma pessoa de valor.
 
Um casal que deseja adotar participa de um processo composto por várias etapas e, muitas vezes, aceita a adoção a partir da afinidade que sente com determinada criança. Ao concluírem a adoção, os novos pais estarão levando para casa um filho ou filha, de quem se dispõem a cuidar e preparar para a vida.
 
Na geração, o processo é semelhante. Muitas almas estão ligadas à Terra aguardando uma oportunidade para nascer. Atraídas pelas afinidades ou pelo ambiente nas proximidades da futura mãe, acabam fazendo a conexão, pouco importando se sabemos ou não dessas contingências. Se não houver o devido cuidado, poderá ser atraído um hóspede problemático que se aproveita da falta de vigilância da futura mãe.
 
Segundo a escritora espiritualista Roselis von Sass, os Incas, povo altamente desenvolvido, tinham consciência de que em seus vales havia condições de vida apenas para um bem determinado número de pessoas. Por isso, cuidavam muito para não ultrapassar esse número, gerando uma quantidade limitada de filhos, compatível com a situação. As crianças eram atraídas pela mãe, que sempre se preocupava em dar a oportunidade para as almas em busca de progresso. As crianças incas passavam a infância em contato com a natureza e eram adequadamente preparadas para a vida, recebendo incentivos para alcançar a evolução.
 
Lamentavelmente, nestes tempos de vacas magras com pouca educação e falta de preparo para a vida, nem todos os nascimentos se processam dessa forma, permanecendo a mãe desatenta durante a gestação, pouco preocupada com quem está gerando, permitindo que se forme um ambiente inadequado ao seu redor, favorável para as ovelhas negras que deambulam à espera de um corpo. Para a elevação da qualidade humana é necessário darmos mais atenção para a educação das meninas e meninos, orientando-os sobre sua responsabilidade com a geração de filhos. Caso contrário, crianças continuarão nascendo como frutos de gestações indesejadas, crescendo sem o devido cuidado e preparo, vulneráveis e propensas a comportamentos inadequados, perpetuando tantos problemas existentes no nosso planeta.



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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