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ALÉM DA VIDA E DEPOIS DA MORTE?

Benedicto Ismael C. Dutra
03/02/2011



O ator e cineasta Clint Eastwood e o ator Matt Damon já caracterizaram, em outros filmes, personagens durões em busca de justiça, mas agora atuam em algo bem diverso. No filme “Além da Vida”, dirigido por Eastwood, o roteiro envereda pelo enigmático tema da comunicação com espíritos desencarnados, através da mediunidade do personagem George Lonegan, (interpretado por Matt Damon).
 
Quando criança, o personagem George enfrentou sérios problemas de saúde sendo submetido a uma cirurgia na cabeça, na parte posterior, na proximidade do cerebelo. Isso é muito importante, pois a ciência ainda não descobriu a real finalidade do cerebelo em seu trabalho conjunto com o cérebro super desenvolvido. Segundo Abdruschin, autor da obra Na Luz da Verdade – Mensagem do Graal, “para receber as vibrações do espírito é necessária a espécie do cerebelo. Isso nem pode ser contornado, pois o cérebro anterior, já pela atividade, tem de preparar a transição para a fina matéria grosseira e, por isso, é também de constituição completamente diferente, muito mais grosseira.” Isto é, a função prioritária do cerebelo seria atuar como elo de ligação com o mundo do espirito, captando as intuições, enquanto o cérebro anterior, como o instrumento para atuação na matéria subordinada ao espaço e ao tempo. No entanto as duas partes tiveram desenvolvimento desigual, com o fortalecimento do cérebro e enfraquecimento do cerebelo.
 
Com o passar do tempo, George percebeu que podia se comunicar com pessoas falecidas que, por alguma razão, ficaram presas à Terra não conseguindo prosseguir sua jornada espiritual. Mas o seu irmão queria tirar proveito e só pensava em como obter vantagens com a capacitação mediúnica de George e ganhar dinheiro com o desespero dos parentes dos falecidos, ansiosos por uma comunicação.
 
Outro personagem de grande desenvoltura no filme é a francesa Marie Lelay, (interpretada por Cecile de France) que, após passar por uma experiência traumática como vítima no tsunami que atingiu a Ásia em 2004, sentiu-se impulsionada para a pesquisa dos mistérios da vida e da morte, sendo por isso mal recebida pelos amigos e colegas, pois no mundo materialista em que vivemos não sobra espaço para indagações do tipo: Quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos? O que nos aguarda após a morte?
 
Ridicularizada, ela não desiste e dá prosseguimento às suas pesquisas, levando o público a transitar pelos obscuros caminhos da morte. No entanto, o filme permanece na superficialidade, faltando um aprofundamento espiritualista. A obra quer penetrar nessa questão transcendental, mas não avança, deixando a dúvida pairando sobre a superfície. Os seres humanos pouca atenção têm dado ao imperativo “conhece-te a ti mesmo para entender a vida”, sem perceber que, por isso, o viver vai se tornando austero e mecânico, e as pessoas meros bonecos sem alma. Muitas pessoas, não suportando essa brutal frieza, se tornam dependentes de drogas, como a mãe dos gêmeos Marcus (George McLaren) e Jason (Frankie McLaren), outros dois personagens importantes na narrativa do filme.
 
O final romântico surpreende e agrada ao público brasileiro, sempre esperançoso que a vida nos conduza a um final feliz, mas se afasta um pouco da essência: o antes e o depois de nossa passagem pelo mundo material. No entanto, Eastwood tem na mão um atraente filão a explorar, além disso, tem capacidade e talento, além de estar na idade certa para procurar respostas e, como a personagem Marie, agir sem receios nem preconceitos.
 
O público merece uma continuação: George (Matt Damon) e Marie (Cecile de France) poderão prosseguir na saga, na busca do saber, na busca da Luz da Verdade sobre o enigma da vida humana e na descoberta da causa de tantos sofrimentos, aparentemente inexplicáveis. Os materialistas, em oposição aos intuitivos, se prenderam ao espaço e ao tempo, mas, para alcançar o equilíbrio harmonioso, necessitamos do ser humano pleno e espiritualizado, capacitado a conectar naturalmente o mundo material ao espiritual, visando o benefício de todos.



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
Comentários:


edna casoni (guimacasoni@uol.om.br) comentou em 04/02/2011 - 09:02:18

Caro Dutra, assisti o filme e gostei muito. Esperava mais do final e acho que voce tem toda razão. O diretor tem como dar continuidade com o casal.
Bom dia


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