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CAUTELA VERBAL

Celina Côrte Pinheiro
14/12/2011



Tarde de sexta-feira, misto de cansaço e esperança de refazimento. A jovem terminara as compras, cansada e invadida por um enorme vazio a lhe tocar a alma. Um rapazote acompanhou-a até o carro e, ao receber parcas moedas pelo trabalho, lhe disse: "Deus abençoe a senhora...". Frase comum, quiçá repetida automaticamente a todos os clientes. Naquele momento, porém, minimizou-lhe o cansaço. Sentiu-se amparada pelo Deus contido naquela rápida comunicação. Soara como um bálsamo. Seu espírito, minutos antes sombrio e melancólico, aqueceu-se pela fé e esperança. Simples palavras renovaram-na diante da vida!

O período natalino, salvo o clamor comercial, é importante momento para oportuna e sincera reflexão sobre a importância de nossas atitudes e palavras no cotidiano. Todos nossos relacionamentos, fugazes ou não, implicam em troca de energia. Quando de boa qualidade, produz profundo bem-estar em nosso espírito. Quando não, agita emoções e desequilibra o espírito. Falar ou calar no momento azado é sinal de maturidade e sabedoria. Uma palavra inoportuna é maldita semente capaz de reproduzir espinheiros ferinos de nossas relações.

Por outro lado, a palavra adequada impinge ânimo e força a quem ela se dirige. Torna-se bendita aos ouvidos e ao espírito de quem a recebe. Retorna a nós como um sorriso ou um olhar grato e emocionado, capaz de aquecer nossa alma. Convém lembrar que uma palavra pode fazer a guerra, trazer a paz, exaltar o amor e conquistar o mundo. Palavras têm cheiro, sabor, vitalidade, força e beleza. Podem estreitar laços ou afastar criaturas e até mesmo induzi‑las ao ódio. São capazes de trazer pessoas à vida ou levá-las à morte interior.

Nossa responsabilidade, pois, é grande perante aqueles que convivem conosco, mesmo por rápidos instantes. Quantas vidas se foram por uma só palavra! Quantas alegrias aconteceram por uma só palavra! É tudo uma questão de saber escolhê-las. Saibamos, pois, aproveitar a oportunidade que a vida mais uma vez nos oferece em mais um final de ano. Entre nossas metas, coloquemos a intenção da cautela verbal nos relacionamentos.

Fonte: Diário do Nordeste



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