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Alimentos - Aspectos Energéticos

Ysao Yamamura
01/02/2008



O que representam os alimentos para o nosso corpo?

As concepções da Medicina Tradicional Chinesa são derivadas de um conhecimento maior, a Filosofia Chinesa, baseada nas leis do Universo, da Natureza, das Concepções da Vida e da Morte, da Físi­ca, das Ciências puras e biológicas. A partir de um campo filosófico do Tao, da dualidade dinâmica do Yin e do Yang, do Princípio dos Cinco Movimentos, a Medicina Tradicional Chinesa reflete a integra­ção do ser humano ao meio ambiente, e deste com a fisiologia do corpo humano. 

O exemplo maior desta integração é o alimento, tanto Celeste (ar-oxigênio) quanto Terrestre (comida), que sofrem intensas alterações sazonais, topográficas, geográficas, climáticas. Estas duas for­mas de Energia, a Celeste e a Terrestre, inerentes ao alimento quan­do ingerido, vão fazer parte do nosso corpo, nutrindo, fortalecendo, reparando, harmonizando as nossas funções energéticas e fisiológi­cas, ou mesmo podendo trazer alterações do funcionamento dos Órgãos (Zang), Vísceras (Fu), tecidos; de modo que se forem intro­duzidas energias muito diferente, por meio de alimentos, às da nos­sa composição, elas podem dar início a um processo de adoecimen­to.

A Medicina Tradicional Chinesa enfoca sobremaneira a importância do alimento para a constituição da forma física e do psíquico, pois é ele que vai constituir o nosso suporte material, a parte Yin à qual ao Yang vai fixar-se, para promover toda a nossa dinâmica da mente e do corpo.

O ser humano forma-se a partir de duas células, os gametas, de peso imensurável, que após a fecundação, à custa da Energia Ancestral Essencial formada, sofrem a multiplicação celular até o embrião chegar a fase trofoblástica, quando passam a receber a Ener­gia Materna, proveniente dos Alimentos do Céu e da Terra. A partir deste momento, o feto passa a receber a matéria, os nutrientes e Energia Adquirida (pela mãe) para formar o seu corpo físico e men­tal. Do período de gestação ate o final da gravidez, o feto incorpora em torno de 3.000 a 3.500g de matéria proveniente da alimentação materna.

Quão importante é, portanto, a alimentação materna, assim como o estado funcional do tubo digestivo, dos órgãos, das vísceras e da mente da gestante. Entretanto, é uma impropriedade pensar somen­te em alimentação; é necessária a integridade do corpo físico e men­tal, a fim de que todos esses elementos possam se direcionar para a boa formação dos Zang Fu (Órgãos e Vísceras), da Energia Vital e da Essência Sexual do feto. A gestante com os Zang Fu doentes, com a alimentação desregrada, com os Sete Sentimentos afetados (que constituem o estado emocional reprimido) fatalmente irá gerar criança já com alterações energéticas, funcionais e/ou orgânicas.

O recém-nascido passa a adquirir o "Qi Adquirido" à própria custa a partir da respiração (Qi Celeste) e da alimentação (Qi Terrestre). Por meio desta integração, vai-se constituir o seu corpo físico e energético. Obviamente, o tipo de alimento irá influir nesse corpo e mol­dá-Io, de maneira significativa, tanto em vitalidade quanto em durabi­lidade e resistência a agressões exógenas de origem física e psíquica.

Assim, a boa integridade, a vitalidade e o dinamismo dos Zang Fu estão Iigados intimamente aos aspectos energéticos dos alimen­tos e por isso a Medicina Tradicional Chinesa os leva em alta consi­deração.
 
Como os alimentos podem ser classificados, na concepção energética?

Os alimentos compreendem dois aspectos: o nutritivo (composição química), largamente estudado em Nutrição, e o energético, ligado aos conceitos do Yang, do Yin, e as funções energéticas que esses alimentos produzem no nosso corpo.

O conhecimento integrado desses dois aspectos dos alimentos é o que vai nos proporcionar melhor adequação para a alimentação da pré-gestante, da gestante, do recém-nascido, da criança, do adulto e do velho.

Adequar a alimentação é saber dos seus efeitos sobre o nosso corpo, e saber a maneira de intervir nos casos de Vazio ou Plenitude dos Órgãos e das Vísceras, e saber o meio para repor os gastos energéticos e da matéria, proporcionar a vitalidade e a longevidade celular, evitar os processos degenerativos, o envelhecimento preco­ce e, principalmente, o aparecimento de processo tumorais.

A Natureza fornece-nos várias fontes de alimentos, cada qual com características que possam ser adequadas ao nosso organis­mo.

O ser humano, por Natureza, é carnívoro ou vegetariano?

O ser humano, por natureza, é um ser onívoro que deve ingerir alimentos tanto de origem vegetal quanto animal e de seus deri­vados. Sendo assim, o nosso tubo digestivo, principalmente os in­testinos, foi adequado para este tipo de alimentação. Os herbívoros possuem os intestinos mais longos, os dos carnívoros são mais cur­tos, e os dos onívoros tem comprimento intermediário. Assim, se o ser humano alimentar-se exclusivamente de vegetais (vegetarianos) não terá os intestinos suficientemente longos para a digestão e a assimilação energética e nutritiva dos alimentos, assim como, se fi­zer alimentação somente de carnes (carnívoros), o seu intestino será longo para este tipo de alimentação, trazendo, em conseqüência, distúrbios do trânsito intestinal, retenção por um período mais longo das fezes, e consequentemente promovendo maior absorção de to­xinas intestinais e de radicais livres devidos ao fenômeno de putrefa­ção, e isso pode ocasionar processos degenerativos, envelhecimen­to precoce e formações de tumores.

O uso adequado e balanceado de alimentos de origens vegetal e animal e a maneira mais correta de harmonizar as necessidades alimentares do corpo com a fisiologia normal do tubo digestivo. A adequação depende de vários fatores: da idade, do crescimento, do desenvolvimento, das atividades física e mental, da localização geo­gráfica, do clima, etc. De maneira geral, até o final do desenvolvi­mento e do início do declínio (+ ou - 40 anos), deve-se utilizar mais alimentação de origem animal (2/3, e 1/3 de origem vegetal) e, após o declínio, fazer (2/3 de origem vegetal e 1/3 de origem animal e derivados).

Alimentar-se bem não significa, necessariamente, comer do melhor, do mais caro, do importado, mas sim alimentar-se com aquele produto que contenha a energia necessária para o corpo naquele momento, Energia esta que pode estar presente nas folhas da ce­noura, na casca da laranja, no fígado da vaca, na ostra, e assim por diante.

A fim de entender melhor a interação dos alimentos com o cor­po, é conveniente conhecer a origem energética dos seres vivos e as influências que as Energias Celeste e Terrestre exerceram sobre eles. Assim, pode-se usufruir, da melhor maneira, aquilo que a Natureza oferece, sem prejudicá-Ia, sem lesá-Ia, a fim de que ela possa servir ao ser humano eternamente.



Ysao Yamamura é médico, professor na Unifesp e coordenador do Centro de Pesquisa e Estudo da Medicina Chinesa - http://www.center-ao.com.br/
Comentários:


Gisele Correa Teixeira comentou em 28/10/2011 - 22:10:07

Esses aspectos energéticos sao bastante interessantes, mas eu queria saber os aspectos energéticos no Brasil - trabalho de geografia.

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