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DINÂMICA DA EDUCAÇÃO DESAFIADORA

Antônio Luiz Bianchessi
17/07/2012



A angústia existencial cria espaços vazios. A ocupação desses espaços é importante, porque "outros" podem invadir o território do educando e criar situações conflituosas e violentas. O vazio não produz significado transcendente. E o educando carente de significado transcendente torna-se objeto de fácil manipulação.

Os tempos modernos exigem alterações do sistema educacional e mudanças atitudinais no relacionamento humano. Dessa tomada de decisão depende a sobrevivência do Planeta Terra.

Diariamente assistimos a alarmes de renomados cientistas prevenindo-nos da iminência de catástrofes apavorantes, que podem aniquilar a vida sobre a Terra.

A caminhada humana apresenta-se nebulosa e contaminada por vírus da ânsia de poder, da ganância de possuir e do jogo da corrupção, coligados a "apoltronados", indiferentes, apáticos, inúteis, violentos, etc.

As ameaças denunciadas preocupam. A Humanidade sustenta-se ao relento da segurança. O medo apavora.

Estamos cientes e conscientes da realidade dos desencontros, guerras e assassinatos, denunciados, diariamente, pelos meios de comunicação? Para muitos, a situação periclitante permanece incontrolável.

Alegam que o problema reside na educação, que a família e a escola situam-se "ausentes" do campo educacional.

A realidade parece manifestar-se clara. Pretendemos educar nos moldes de décadas anteriores.

Torna-se evidente que a criança e o jovem modernos vivem em outras esferas. O relacionamento e a evolução assumem diferentes dimensões.

A "era frutífera" da predominância da imposição, do autoritarismo através do poder, de ameaças, do medo fantasioso, etc., parece direcionar-se, lentamente, para o estágio final.

O clima educacional impositivo, desqualificador, impregnado e dominado por estímulos negativos, forma muitos seres humanos carentes de identidade.

O educando, nesse contexto, pode assumir uma identidade sem conscientização, oriunda do educador que, muitas vezes, determina o modo de pensar e de sentir, e o discernimento entre o certo e o errado.

A identidade torna-se construtiva e equilibrada, quando o educando interioriza os princípios básicos como verdadeiros, e assume os valores sustentados por decisão pessoal.

A ausência do educando nos procedimentos da família e da escola na seleção das decisões a seguir, e a distância do educador amigo como facilitador das melhores escolhas, desenvolverão empecilhos para a evolução intelectual e emocional. A permanecer tal situação, o retrocesso na convivência humanizada gozará de campo aberto e sem limites para evoluir.

A manutenção do poder só é possível através dos paradigmas externos. O uso do imperativo do verbo determina a submissão nem sempre racional do educando.

O BULLYING origina-se na dinâmica interna da família. A técnica geradora de sucesso sustenta-se na visão crítica negativa de erros e defeitos do educando. O negativismo atinge à comunidade e a todos os campos da convivência humana, protegido pelo rigorismo condenatório de "juízes" implacáveis.

O uso abusivo de estímulos negativos implanta clima educacional ácido, insuportável para aqueles que convivem no meio ambiente.

A gravidade do problema reside na submissão e adaptação do educando às determinações do educador.

Nesse clima predomina a carência de afeto e a família não sente e não demonstra a importância de cada integrante na convivência diária.

O educando dirige-se à escola carente de aconchego e de vínculo afetivo. Está ciente de que terá atenção se provocar desordens, porque na família, os pais se preocupam com ele, quando contraria determinações impostas.

A discordância entre o falar e o agir dos pais cria referenciais negativos. Os modelos marcam, positiva ou negativamente, os filhos e os educandos.

Modelos alienados da realidade objetiva podem provocar distâncias alienantes na família, criando um inconsciente coletivo familiar contraditório. A convivência conflituosa cria muralhas e grades, que impedem encontros amigos.

O consumismo é um deus desastroso. A ânsia neurótica de aquisição de bens materiais transitórios propaga-se como fonte de felicidade.

A submissão aos ditames da moda escraviza e alastra ansiedade na conquista das mais recentes criações.

A superproteção pretende congregar "energias afetivas" com fins educacionais. Na realidade, desqualifica iniciativas e inibe as potencialidades.

A intolerância desagrega a família e promove conflitos sociais se for sustentada, principalmente, pela violência física ou psicológica.

Fonte: REDEM



Antônio Luiz Bianchessi é Consultor REDEM no Brasil.
Comentários:


Alberto Henriques comentou em 02/01/2015 - 20:01:23

Excelente texto! Parabéns!

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