
Hoje ao retornar para casa, observei que no mesmo dia choveu, fez sol, choveu de novo, fez calor ventou, esfriou.
Engraçado como isso acontece também com a gente. No mesmo dia podemos ter várias estações no nosso coração.
Amanhecemos felizes, com um sol a iluminar nosso sorriso.
Daqui a pouco, lá vem a chuva a nublar a nossa alma e as lágrimas correm pelo rosto como a chuva desce as ladeiras. Aos borbotões. Lavando a poeira e o lixo, mas às vezes os deixando acumulados nos bueiros da alma, entupindo muitas vezes o fluir da vida e das emoções. Mas as lágrimas também lavam a alma, assim como a chuva limpa as folhas das árvores aprimorando os verdes e molhando a terra. E os nossos olhos ficam limpos e transparentes como o céu depois de uma tempestade de verão.
E os dias de vento? Ah, nos dias de vento nossas emoções são arrastadas pelo chão, igual papel e poeira sendo atiradas, muitas vezes aonde não queremos. Algumas coisas ainda conseguimos recuperar, outras não.
E o granizo? Quando cai, é como se o gelo do sofrimento no nosso coração fossem arrancados em pedras e lançados aleatoriamente ao sabor do vento, atingindo tudo que encontram no caminho aleatoriamente, independente de serem as pessoas que mais amamos, mas, depois da chuvarada, sempre o sol volta a brilhar.
Talvez as tempestades existam para a gente valorizar os dias de sol e dar a eles o valor que merecem. E a chuva é sempre necessária para encharcar o solo, irrigar as plantas, limpar a poluição. A chuva no nosso peito nos faz crescer, refletir e permite que o jardim do nosso coração floresça numa próxima primavera.
Abro as portas da alma e deixo o sol entrar. Olho para fora e vejo meu jardim florir no seu apogeu e glória, e os pássaros voarem levando as tristezas e as mágoas para longe.
Abra seu coração, e deixe o sol entrar, mais uma vez!