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EGO E INTUIÇÃO

Benedicto Ismael C. Dutra
16/12/2013



A grande armadilha de acreditar numa vida só foi bem urdida levando o espírito a ficar acorrentado ao mundo material. Isso torna difícil a conscientização espiritual. As pessoas morderam a isca do “aproveitar a vida” para gozar e se divertir. Ou então se acomodam com indolência, sem se esforçar para a evolução. Não aproveitam a existência para a real finalidade de buscar a Luz da Verdade. No altar das vaidades, as pessoas dão mais valor à satisfação do ego, do que a preservar a paz e a harmonia.

O agarrar-se ao conceito de uma vida só, leva a pessoa a querer aproveitar enquanto pode; enquanto está apta, preenchendo o seu tempo com divertimentos, passeios, com as coisas que lhe dão prazer. Isso acaba bloqueando a intuição completamente, perdendo-se, assim, a conexão com o mundo espiritual e a eternidade.

Fortalecendo o ego em prejuízo à intuição, as pessoas passam a se preocupar mais com a própria satisfação e, com astúcia, buscam prazeres em geral e, em especial, o prazer de exercer tirania, sem se preocupar com o fortalecimento da paz e da harmonia. Faltam abnegação e generosidade. As pessoas agem com imaturidade, sem levar em consideração o próximo.

De característica dominante e dissimulada, o ego sempre procura ocultar seus desejos e a sua real intenção, não deixando que transpareça o que realmente sente e deseja. Enfim, com astúcia, disfarça e finge com o propósito de ludibriar. O ego desconfia de tudo, pois parte do pressuposto que todos agem como ele, com o seu modo de ser egoístico. Sempre acha que o outro está tramando algo para causar prejuízo. Com mau humor, raramente age com cordialidade e consideração. Fica também subordinado ao forte desejo de se destacar e sobressair, mesmo que seja de forma aparente e momentânea nos tais “quinze minutos de fama”.

O mundo moderno, lamentavelmente, tem registrado um espantoso aumento dos casos de morte por suicídio. O ego ferido e cismador, vai isolando o indivíduo em formas de pensamentos negativos, envolvendo-o de tal maneira que acaba perdendo a visão do sentido da vida, sufocando a intuição que, enclausurada, não consegue prestar auxílio, em razão do próprio isolamento. Poderíamos dizer que isso tudo revela a imaturidade do espírito que se acomodou às exigências do ego, vivendo de forma falsa e artificial, perdendo a visão do eterno.

O indivíduo fica entregue a correntezas malignas e pensamentos obsessivos, podendo tomar decisões das quais se arrependerá por toda a vida. Por piores que sejam as condições de vida, a melhora, através da boa vontade e do esforço próprio, é sempre possível. Com a intuição ativa e o desejo de melhorar, as pessoas se ligam a formas de pensamento de confiança e alegria.

Ser simples e verdadeiro é o caminho para encontrar decisões sábias e evoluir beneficamente. Com o pensar em demasia, a intuição fica calada. Para se manifestar, ela precisa da simplicidade no pensar e no falar. O escritor alemão Abdruschin ensina que somente na simplicidade reside a grandeza, pois tudo o que é verdadeiramente simples, exige o maior desenvolvimento de forças de cada um. Por isso, somente a Verdade pode ser expressa com palavras simples e claras.



Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012...e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin - Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7
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