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A CRISE FINANCEIRA GLOBAL E A ECONOMIA DE MERCADO

Stephen Lampe
01/04/2014



Adam Smith nunca supôs que os seres humanos seriam conduzidos unicamente pelo interesse pessoal no sentido material, mas presumiu que para a maioria de povos o "interesse pessoal" incluiria o " interesse espiritual."

Os leitores e ouvintes estão se acostumando com as más notícias e consternados com o que vêm na mídia em todo o mundo, no que diz respeito ao colapso das instituições financeiras, incluindo bancos comerciais, bancos de investimentos e companhias de seguros assim como a enorme queda das bolsas. Muitos perderam suas casas por causa da inabilidade em administras as dívidas. Outros viram suas economias para fins de aposentadoria desaparecer, enquanto centenas de milhares estão perdendo seus trabalhos.

Virtualmente todos os países poderão eventualmente ser afetados e o número de vítimas desta crise global poderá finalmente estar na casa dos milhões, se não de bilhões. O problema começou nos Estados Unidos da América onde, movidas pela avidez completa, as instituições financeiras fizeram empréstimos ao povo para comprar casas sem a consideração devida às circunstâncias financeiras de tais compradores.

As transações de empréstimo foram executadas através de sofisticado sistema, mas arranjos duvidosos envolveram bancos comerciais e de investimentos, instituições financeiras e grandes companhias de seguros. Milhões adquiriram moradias cujos custos estavam além da capacidade econômico-financeira de cada um. No começo aqueles que emprestaram e entraram nessa corrente fizeram lucros enormes, e o negócio imobiliário transformou-se rapidamente na maior indústria em crescimento como jamais existiu. As instituições financeiras da Europa pularam de cabeça no que pode somente ser chamado de “trem americano da avidez”.

Entretanto, após alguns anos, proprietários já não tinham mais recursos para pagar suas mensalidades. Desde que os pagamentos constituem a fundação dos sofisticados arranjos financeiros construídos, o sistema enfraqueceu-se e quando os reembolsos encolheram houve o desmoronamento. Finalmente as instituições na corrente do empréstimo tornaram-se insolventes e a engenharia financeira aplicada não pode preserva-las. Algumas foram à falência, outras foram compradas e os vários governos estão entrando com dinheiro para salvar a situação e evitar o colapso total da economia inteira.

O que nós estamos testemunhando é o preço da avidez financeira.

Algumas perguntas levantam-se: Onde estavam os vários governos quando a avidez floresceu e as transações financeiras insustentáveis foram promovidas agressivamente? Qual foi o papel apropriado dos governos no controle da economia? A crise global atual indica que a economia de mercado, o assim chamado “sistema capitalista”, falhou? Os princípios, que são a base na economia de mercado, são seguros?

O problema não é com a economia de mercado, é com o fato que a economia de mercado tem operado por muito tempo em um vácuo moral e ético.

A crise global atual levantou-se primeiramente porque a fundação moral e ética da economia de mercado foi minada. Restaure-se a fundação ética na economia de mercado e teremos uma economia próspera e sustentável. Adam Smith em seu livro de 1776, intitulado “A riqueza das nações” definiu um papel limitado para o governo, deixando tudo a cargo dos cidadãos e dos grupos individuais de cidadãos. Especificamente, identificou três deveres do governo: primeiramente, o governo tem a responsabilidade defender a integridade territorial da sociedade; em segundo, o governo deve assegurar a liberdade para tudo, e manter a lei e a ordem dentro da sociedade; e o terceiro, o governo deve fornecer a infraestrutura que não pode ser rentável e deve ser erigida e mantida por um indivíduo ou um grupo pequeno de indivíduos. Em suma, governos não têm nenhum negócio a fazer no negócio!

Certamente, a experiência ensinou-nos isto; pense sobre o que ocorreu com a NITEL e a MTEL na Nigéria, com relação às companhias de telecomunicações de propriedade privada, as novas GSM. O princípio da economia de mercado é simples e eminentemente apreciável. É a ideia que se uma troca entre duas partes é voluntária, somente ocorrerá se ambos realmente tirarem proveito dela. Nenhuma troca ocorrerá se uma ou ambas as partes entrarem para perder. Assim, se todas as atividades econômicas são baseadas em trocas voluntárias, todos os participantes na economia devem beneficiar-se-ão, ou não haverá nenhuma troca.

Na concepção de Adam Smith, a economia de mercado opera-se em uma sociedade livre, a sociedade “da liberdade perfeita” (suas palavras) onde cada pessoa está livre para trabalhar pelo seu interesse pessoal na forma como os percebe. O comportamento natural de povos livres é a melhor maneira de se assegurar de que os produtos e serviços estejam sendo produzidos nas quantidades e com a qualidade adequada e distribuídos da maneira a mais eficiente.



Comentários:


B. Dutra comentou em 01/04/2014 - 13:04:54

Na época de Adam Smith, havia na Terra muitos seres humanos que dedicavam alguma atençao à espiritualidade. Com o passar do tempo isso se foi apagando e aumentando o apego ao dinheiro, sua acumulação, seu poder. Entao o mundo desandou, sem a atividade do espirito, tudo foi perdendo o brilho,frio, sem coração.


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